A Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga voltou a encerrar às 08h00 desta sexta-feira e até às 20h00, indicou fonte da unidade hospitalar, acrescentando que o serviço voltará a funcionar normalmente no fim de semana.

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A informação de novo encerramento temporário deste serviço, desta vez de 12 horas, devido à impossibilidade de completar as escalas de médicos, consta do Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e foi confirmada à agência Lusa pelo hospital.

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No último mês e meio, este será o décimo encerramento (nove por um período de 24 horas) que vai afetar o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga.

Fonte do Hospital de Braga confirmou igualmente a “necessidade” de contratar 75 profissionais de saúde, 25 enfermeiros e 50 assistentes profissionais, fruto da “elevada taxa de ocupação” que a unidade hospitalar está a sentir desde o início do ano.

Na quinta-feira, o Bloco de Esquerda, após reunião com a Comissão de Trabalhadores, disse que tomou conhecimento de que o “Ministério das Finanças continua a bloquear a contratação” destes profissionais por parte do Hospital de Braga.

A União dos Sindicatos do Distrito de Braga/CGTP-IN, em conjunto com sindicatos da área da saúde, realizou esta sexta-feira uma ação pública em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em frente ao Hospital de Braga, com concentração de dirigentes, delegados, ativistas sindicais, trabalhadores da saúde e utentes.

Esta iniciativa visa a defesa do SNS e, mais concretamente, o Hospital de Braga. Este hospital tem sido alvo de alguns ataques que pretendem a sua privatização. Não é essa a solução. A solução passa pelo reforço do SNS, por um maior investimento, uma melhor gestão pública e a valorização dos profissionais”, explicou à agência Lusa a sindicalista Raquel Gallego.

A União dos Sindicatos do Distrito de Braga lembra que esta unidade hospitalar “regressou há pouco tempo à esfera pública, após anos de gestão privada”, que “deixaram um impacto negativo tanto nos seus profissionais como na população que serve”.

E que já está a ser alvo de ataques que pretendem iludir-nos com falsos argumentos para denegrir a sua imagem. É exemplo o mediático encerramento intermitente da urgência obstétrica, e a sua instrumentalização para sugerir vantagens na privatização. A União dos Sindicatos de Braga e a CGTP defendem uma solução que passa pelo reforço do financiamento e pela valorização dos profissionais, única forma de manter os cuidados de saúde de qualidade e acessíveis a toda a população”, acrescenta o sindicato, em comunicado.