Um pedido do exército brasileiro para comprar 220 mísseis antitanque Javelin aos Estados Unidos, no valor de cerca de 98 milhões de euros, feito em 2020, ainda no governo liderado por Donald Trump, está parado em Washington há vários meses.

Segundo a Folha de São Paulo, a proposta do Brasil foi aprovada pelo Departamento de Estado no final do ano passado, apesar das objeções por parte de algumas autoridades, mas o processo encontra-se parado, uma vez que muitos parlamentares democratas se mostraram preocupados com a postura do presidente Jair Bolsonaro. Este, além de ter questionado o sistema eleitoral brasileiro dando a entender que o país pode enfrentar uma fraude nas presidenciais, mantém uma relação próxima e amigável com Vladimir Putin, tendo-se recusado a condenar a invasão à Ucrânia.

Fabricado pelos gigantes da área de defesa Lockheed Martin Corp e Raytheon Technologies Corp, estes mísseis de alta tecnologia fabricados nos EUA ganharam fama por serem usados com sucesso pelas forças ucranianas contra tanques russos durante a guerra. Segundo uma fonte, mencionada pela Reuters, que acompanha as negociações, as armas “não devem ir a lugar nenhum tão cedo” devido às incertezas sobre Bolsonaro e porque “o Brasil não precisa delas”.

O jornal brasileiro avança ainda que, apesar das tensões entre Joe Biden e Bolsonaro, os EUA permaneceram abertos à venda de armamento para o Brasil. Ainda assim, mesmo que a venda passe para a próxima fase —uma revisão completa do Congresso—, o negócio enfrentará obstáculos significativos. O senador democrata Tim Kaine, que preside ao sub-comité relativo aos países ocidentais, disse que gostaria de examinar de perto qualquer venda. “[Vender armas ao Brasil] não é algo que eu sinta imediatamente que deveríamos fazer”.

Se o pedido for negado, fontes argumentam que o Brasil tem outras opções, principalmente o HJ-12, a versão chinesa e mais barata do Javelin.

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