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Há 174 dias que a Ucrânia está em guerra, depois de a Rússia ter avançado para o território do país vizinho. A aproximar-se a passos largos da marca de meio ano de conflito, as explosões registadas na região da Crimeia – território ocupado pelas forças russas – são o tema em destaque.

Ao longo da manhã desta terça-feira, multiplicaram-se os relatos e vídeos de explosões nesta região ucraniana. Há registo de várias explosões, incluindo num armazém de munições das forças russas na região, que terá feito pelo menos dois feridos, de acordo com informação avançada por Sergey Askyonov, um responsável escolhido pela Rússia e presente na região da Crimeia.

A Rússia já reagiu aos relatos de explosões na Crimeia, apontando o dedo à Ucrânia pelo que classificou como “sabotagem”. A reação de Moscovo, pela voz do ministro da Defesa, chega depois de o país ter garantido que as explosões afetaram infraestruturas civis na Crimeia. “Na manhã de 16 de agosto, como resultado de um ato de sabotagem, um armazém militar perto da aldeia de Dzhankoi foi danificado. Medidas necessárias estão a ser tomadas para eliminar as consequências da sabotagem”, disse, citado pela agência russa RIA.

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“Causaram danos a linhas elétricas, uma central nuclear, uma linha de comboio e prédios residenciais”, acrescentou este responsável.

Outro dos temas que continua em foco é a central nuclear de Zaporíjia, devido a receios de um desastre nuclear caso a situação não acalme nas proximidades da maior central nuclear da Europa. Depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky e a União Europeia e mais 42 países, terem exigido à Rússia que retire de lá as suas tropas, avisando para o risco de um desastre nuclear, a Rússia admitiu a hipótese de uma visita da Agência de Energia Atómica à central nuclear, mas quer impor condições.

Foi noticiado que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai estar entre quinta-feira e sexta-feira na Ucrânia para se reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

O encontro com os dois líderes vai acontecer na próxima quinta-feira na cidade ucraniana de Lviv. No dia seguinte Guterres vai visitar Odessa, cujo porto está a ser utilizado para a exportação de cereais ucranianos, num acordo mediado pela ONU e Turquia.

Leia os principais desenvolvimentos sobre este 174.º dia de conflito no nosso liveblog.

O que se passou durante a noite?

  • No discurso diário, o chefe de Estado ucraniano pronunciou-se sobre as explosões em várias zonas da Crimeia. Sublinha que estes casos têm apenas um significado: a destruição das infraestruturas e equipamentos militares “salva as vidas” da população.
  • O regulador nuclear estatal da Ucrânia – Energoatom -, que controla a central nuclear de Zaporíjia, denunciou um ataque informático “sem precedentes” ao site da empresa.
  • O Presidente da Ucrânia voltou a falar sobre a proibição de vistos para os cidadãos russos. Segundo Zelensky, fechar as fronteiras e um embargo aos recursos energéticos é o caminho a seguir, “tudo o resto é fraco”.
  • Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial ucraniano, considera que na Crimeia – península ocupada pela Rússia em 2014 – podem verificar-se mais ataques nos “próximos dois ou três meses”, semelhantes aos que ocorreram num depósito de munições russo.
  • O cantor russo Yuri Shevchuk foi multado pelo Kremlin após ter criticado a guerra na Ucrânia e Vladimir Putin. As autoridades acusam o músico de uma “ação pública destinada a desacreditar as forças armadas russas”.
  • O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou à retirada das forças russas da central nuclear de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, sublinhando os “riscos” que a respetiva presença representava para a segurança do local.

O que se passou durante a tarde?

  • O primeiro navio carregado com cereais a partir da Ucrânia, no âmbito do acordo para retomar as exportações, chegou à Síria.
  • Na sequência dos ataques na Crimeia, foi registado um “número recorde” de carros a passar a ponte que une a península à Rússia.
  • Quatro pessoas ficaram feridas num ataque russo na cidade de Nikopol, denunciou o líder da administração regional de Dnipropetrovsk, Valentyn Reznichenko.
  • O Serviço de Segurança da Ucrânia identificou oito soldados russos suspeitos de violação das leis e costumes de guerra em Bucha. São acusados de roubar as casas dos proprietários locais.
  • A Turquia, o Irão e a Coreia do Sul são os principais destinos das exportações de alimentos ucranianos pelo Mar Negro. Desde o início do mês, 21 navios foram autorizados a sair dos portos da Ucrânia.
  • O líder da administração regional militar de Zhytomyr, Vitaliy Bunyechk, revela que um míssil atingiu a região, provocando duas explosões. Segundo Bunyechk, o míssil terá sido lançado a partir da Bielorrússia.
  • O Presidente ucraniano e o homólogo francês estiveram a conversar sobre a invasão russa na Ucrânia. Durante o telefonema Zelensky condenou o “terrorismo nuclear da Rússia” na central de Zaporíjia.
  • Continuam a surgir relatos de ataques em zonas da Ucrânia ocupadas pelos russos. Foi registada uma explosão numa linha de comboio na região de Kursk.
  • O representante da Ucrânia no Vaticano, Andrii Yurash, disse que a Ucrânia vai convidar o Papa para visitar Bucha, para que veja as evidências dos alegados crimes de guerra da Rússia no país.

O que se passou durante a manhã?

  • Foram registadas mais duas explosões na região da Crimeia. A Rússia reagiu ao tema, falando em “sabotagem” e danos feitos em infraestruturas civis.
  • A Finlândia anunciou que vai reduzir em 10% a concessão de vistos a turistas russos a partir de 1 de setembro. Na semana passada, já a Estónia falou em limitações ao vistos concedidos a cidadãos russos.
  • As explosões na região da Crimeia foram o principal destaque da manhã. O ministério da Defesa russo confirmou que o fogo deflagrou numa área que estava temporariamente a ser usada como depósito de armamento.
  • O primeiro navio humanitário fretado pela ONU para transportar cereais ucranianos deixou esta terça-feira o porto de Pivdenny, para África, com cerca de 23 mil toneladas a bordo, anunciou o Ministério das Infraestruturas da Ucrânia.
  • Putin voltou a lançar acusações ao ocidente. O governante russo acusou os Estados Unidos de quererem “arrastar” a guerra na Ucrânia e os países ocidentais de tentarem instalar um “sistema tipo NATO” na região da Ásia e do Pacífico.
  • A Ucrânia mostrou-se desiludida com a ajuda militar prometida por Espanha. Fontes ucranianas citadas por jornal El Mundo queixaram-se de que Espanha tem enganado o país com falha e atrasos no envio de material prometido.

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O que se passou durante a noite e a madrugada?

  • A Rússia impôs condições para a visita à central nuclear de Zaporíjia: a visita não pode ser feita passando por Kiev nem servir para pedir a retirada dos militares da região.
  • Zelensky substituiu os chefes de quatro departamentos regionais dos serviços de segurança do país. Segundo os decretos presidenciais publicados no seu site oficial e citados pelo jornal ucraniano Kyiv Independent, isto aconteceu em Kiev (onde o departamento era dirigido por Serhiy Zayats), Ternopil (Yuriy Boreychuk) e Lviv (Artem Bondarenko passa a dirigir Kiev, pelo que Lviv também precisará de um substituto).
  • Zelensky avisou que a recusa da Rússia em libertar Zaporíjia pode resultar num acidente nuclear e afetar toda a Europa. O Presidente ucraniano acusou a Rússia de estar a utilizar a central nuclear como meio de “chantagem”, afirmando que o território continua a ser palco de bombardeamentos.

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