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A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) denunciou esta quinta-feira que pelo menos 689 civis morreram na Ucrânia devido ao “uso generalizado” de bombas de fragmentação pela Rússia.

O sofrimento imediato e de longo prazo que as bombas de fragmentação provocam aos civis torna a sua utilização na Ucrânia inconcebível e ilegal hoje”, disse a diretora de política sobre armas da HRW, Mary Wareham, acrescentando que “todos os países deveriam condenar o uso dessas armas em qualquer circunstância”.

Um novo relatório intitulado “Control Cluster Bombs 2022” adiantou que pelo menos 149 pessoas foram mortas por restos de bombas de fragmentação em 2021 em comparação com os anos anteriores. Em 2020 registaram-se 360 e em 2019 foram contabilizados 317.

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No entanto, o declínio foi ofuscado pelo número de ataques de bombas de fragmentação durante a invasão russa da Ucrânia.

Dados preliminares indicam pelo menos 689 civis morreram durante diferentes ataques com esse tipo de arma no contexto da guerra no país.

O documento da HRW reflete que as forças ucranianas também usaram mísseis com bombas de fragmentação em pelo menos duas ocasiões. Este tipo de armamento pode ser lançado do solo por artilharia, foguetes e morteiros, ou do ar por aeronaves.

Infelizmente, as crianças representam dois terços de todas as vítimas de restos de bombas de fragmentação (em todo o mundo). Essas armas nunca devem ser usadas em nenhum lugar”, disse a editora do relatório, Loren Persi.

Loren Persi lembrou que há uma “extrema necessidade” de limpeza das áreas contaminadas, bem como maior educação para compreender os riscos envolvidos nos restos das bombas de fragmentação, e maior apoio às vítimas e às suas famílias.

Até ao momento, 37 estados signatários da Convenção sobre Munições de Dispersão destruíram 99% das suas armas — o que corresponde a 1,5 milhões de bombas de fragmentação — embora ainda existam pelo menos 26 países e três outras áreas que continuam a ser contaminados por explosivos não detonados.