Luís Montenegro considera que a nomeação de Fernando Araújo, atual presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de S. João, como novo diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é mais do que uma “operação de cosmética”.

“O que está em causa não é a escolha de pessoas. O que está em causa é um modelo e a política de Saúde poder servir o interesse das pessoas. A criação do novo estatuto do SNS e da figura de CEO são o reflexo de duas coisas: do falhanço da política de Saúde; e de uma procura desesperada de fazer algo diferente para ver se produzem resultados diferentes”, começou por dizer o líder do PSD, à margem de uma ação política em Tabuaço, distrito de Viseu.

“Com a mesma política, podem contratar os CEO mais reputados, podem recrutar os ministros mais politizados… os resultados não vão ser diferentes. [O que o Governo está a fazer] são operações de cosmética. Muda de ministro, mas a política continua na mesma; cria um estatuto do SNS, mas a política continua na mesma; nomeia-se um novo CEO do SNS, mas a política fica na mesma”, continuou Montenegro.

“Aquilo que os portugueses não precisam são de operações de cosmética; o que os portugueses querem são reformas estruturais. E o primeiro-ministro é avesso a reformas.”

Para Montenegro, Fernando Araújo não será mais do que uma “espécie de ministro número dois da Saúde” e que, no essencial, nada de verdadeiramente substancial vai mudar no SNS. “O primeiro-ministro já afirmou que a política é para continuar a mesma. Aquilo que Portugal precisa não é a mesma política. A reposta não pode ser mudar de protagonistas, isso é muito insuficiente”, lamentou o presidente social-democrata.

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PSD vai apresentar propostas para combater juros da habitação

Noutra frente, o líder do PSD garantiu que o partido vai apresentar em breve propostas no sentido de conter o aumento dos juros nos empréstimos da habitação. Mesmo sem uma proposta fechada, Montenegro admitiu que pode passar por moratórias, dedução do montante de juros em montante de IRS até a benefícios fiscais associados aos créditos da habitação. “O Estado tem essa obrigação”, defendeu o social-democrata.

Sobre o desafio de deixado por André Ventura, que tentou puxar Luís Montenegro para o debate sobre a revisão Constituição da República Portuguesa, o presidente do PSD despachou a questão sem nunca referir o nome do adversário à direita.

“Estou focado em fazer oposição ao PS e estou focado em fazer do PSD um partido alternativo ao PS. Não vou desviar nunca desse foco”, rematou.