Pelo segundo dia o banco de Inglaterra não foi ao mercado comprar obrigações. O ministro das Finanças britânico vai reunir-se com os banqueiros por causa dos créditos à habitação. E a primeira-ministra do Reino Unido prometeu “crescimento, crescimento, crescimento”, ao mesmo tempo que defendeu o seu plano, apesar da marcha-atrás dada na intenção de suprimir a taxa mais alta do imposto sobre os rendimentos.

Liz Truss recua em plano “demente” mas não convence os mercados. “Credibilidade será difícil, senão impossível, de recuperar”

O arranque do mandato de Liz Truss não está a ser fácil. A primeira-ministra que sucedeu a Boris Johnson discursou esta quarta-feira, no congresso dos conservadores. A libra, depois do discurso, caiu face ao dólar. Liz Truss prometeu apoiar os britânicos e avançar com um plano de “crescimento, crescimento e crescimento”, num discurso que foi interrompido por protestantes que mostraram um cartaz com um logótipo da Greenpeace e no qual se via a mensagem: “quem votou para isto?”.

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Liz Truss chegou a primeira-ministra numa votação interna dos conservadores, não tendo sido eleita pela população. Respondeu aos protestos falando de uma coligação anti-crescimento, na qual incluiu a oposição, sindicatos e ambientalistas. “Os inimigos da empresa”.

Continua a defender que o corte nos impostos “é o acertado económica e moralmente”. Isto apesar de ter feito marcha atrás na intenção de acabar com a taxa de imposto sobre os rendimentos mais elevada (45%). “Percebi e ouvi”, realçou, usando a mesma frase do seu ministro das Finanças quando decidiu o recuo.

“Percebemos e ouvimos”. Ministro das Finanças britânico faz “inversão de marcha” no plano para eliminar escalão mais alto de impostos

“A dimensão dos desafios é enorme. A guerra na Europa pela primeira vez numa geração. A maior incerteza depois da Covid. E uma crise económica global. É por isso que na Grã-Bretanha precisamos de fazer as coisas de forma diferente. Sempre que há mudança, há disrupções. Nem toda a gente é favorável. Mas toda a gente vai beneficiar do resultado — uma economia em crescimento e um futuro melhor”, declarou, citada pela imprensa britânica. Garantiu que iria ter “uma disciplina de ferro” na despesa pública, o que foi lido como a possibilidade de um plano de austeridade poder chegar.