O Ministério dos Negócios Estrangeiros português saudou esta quinta-feira o acordo entre Israel e Líbano sobre a delimitação das suas fronteiras marítimas, realçando que “a sua implementação gerará novas oportunidades e promoverá a paz, prosperidade e segurança” na região.

Numa nota divulgada na rede social Twitter, a diplomacia portuguesa realçou que a implementação do acordo “gerará novas oportunidades e promoverá a paz, prosperidade e segurança no Líbano, em Israel e na região”.

Segundo as autoridades de Telavive, o projeto de acordo prevê que o campo offshore de Karish esteja sob controlo israelita e que as reservas de Cana, localizadas mais a nordeste, sejam concedidas ao Líbano.

No entanto, como parte desse depósito ultrapassa a futura linha de demarcação, o Estado judaico receberia uma parte da receita futura da exploração de Cana, segundo Israel.

O gigante da energia francês Total garantiu junto ao Líbano os preparativos para exploração deste campo gasífero.

O Presidente libanês Michel Aoun anunciou esta quinta-feira que o seu país aprovou o acordo de demarcação da fronteira marítima com Israel, após intensas negociações conduzidas pelos EUA e que deverá permitir o início da prospeção de hidrocarbonetos.

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“Este acordo indireto responde às exigências libanesas e garante todos os nossos direitos”, assegurou Aoun.

O Presidente libanês emitiu esta declaração horas após um encontro com o primeiro-ministro cessante, Najib Mikati, e o líder do parlamento, Nabih Berry, que no início desta semana receberam uma cópia da última versão do acordo, elaborada pelo alto funcionário do Governo norte-americano, Amos Hochstein.

Na quarta-feira, o Governo israelita tinha já aprovado “por esmagadora maioria” os princípios do acordo negociado por iniciativa de Washington para delimitar a fronteira marítima de Israel com o Líbano, e que pode remover obstáculos à exploração de campos gasíferos no Mediterrâneo oriental.

O acordo já foi denunciado pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, cuja coligação lidera as sondagens para as próximas legislativas de 1 de novembro e que denunciou uma “capitulação” face às exigências do grupo xiita libanês Hezbollah.

Após vários conflitos, Israel e Líbano permanecem tecnicamente em estado de guerra e a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) foi enviada para o sul daquele país, para ações de manutenção da paz entre as partes.

Em 2006, o último grande confronto entre Israel e o Hezbollah causou mais de 1.200 mortos no lado libanês, a maioria civis, e 160 do lado israelita, a maioria soldados.

Desde então, os dois países vizinhos vivem num clima de pacificação, o que não impediu confrontos esporádicos com ataques com rockets entre o exército israelita e as milícias do movimento xiita libanês Hezbollah.