O primeiro-ministro disse esta noite que quem for assistir a jogos da seleção no Qatar não vai “apoiar o regime do Qatar, a violação dos Direitos Humanos no Qatar e descriminação das mulheres no Qatar. Vamos apoiar a seleção nacional, que veste a bandeira”. Durante uma conferência de imprensa ao lado de Lula da Silva, em São Bento, António Costa foi confrontado com a caução ao regime do país onde se realiza o Campeonato do Mundo de Futebol que a ida de altos representantes do Estado português pode significar.

O Presidente da República também já tinha falado sobre o assunto e o primeiro-ministro foi ao seu encontro na desdramatização do caso e na separação que também faz entre o apoio à seleção e qualquer aceitação que isso possa significar quanto ao que se passa no Qatar ou noutros regimes: “Apoiamos a seleção no Qatar, em França, na Índia, na China, na Rússia, onde ela estiver“.

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O campeonato do Mundo é onde é e todos temos uma posição sobre o que é o Qatar”, começou logo por dizer Costa na resposta à pergunta e acrescentou: “Mas o que faz com que a seleção esteja no Campeonato do Mundo é que foi uma das poucas que conseguiu ser apurada”.

Depois ainda apontou para Lula, ao seu lado, dizendo que a “única divergência” que tem com o presidente eleito do Brasil é sobre “quem vai ganhar a final”.

Recorde-se que esta quinta-feira, confrontado com a violação dos Direitos Humanos no Qatar e a sua presença num jogo da seleção nacional no país, o Presidente da República respondeu: “O Qatar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e tal…, mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na equipa. Começámos muito bem e terminámos em cheio.”

Já esta sexta-feira empurrou a decisão sobre a sua viagem até ao país para apoiar a seleção nacional de futebol para a Assembleia da República, onde PS e PSD já garantiram a aprovação da deslocação.

Parlamento marca reunião para segunda-feira para autorizar Marcelo a ir ao Qatar. PS e PSD já garantiram aprovação

Tanto o Presidente da República, como o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República vão ao Qatar, no dia 24 de novembro, para assistirem ao primeiro jogo da seleção nacional de futebol (contra o Gana) no Campeonato do Mundo.