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Já tinha sido anunciado que os Estados Unidos deram conselhos de segurança a Zelensky a propósito da sua primeira deslocação desde que a Ucrânia foi invadida pela Rússia, ainda que sem detalhes, e agora sabe-se que a ajuda norte-americana se estendeu ao transporte do Presidente ucraniano.

O caminho que Zelensky fez desde a Ucrânia até Washington tem sido divulgado por vários jornais internacionais. De acordo com a CNN, o Presidente ucraniano terá começado esta viagem de comboio, desde Kiev até à Polónia, mais precisamente até Przemysl, cidade muito próxima da fronteira ucraniana. Este percurso tem uma duração de aproximadamente dez horas. O momento em que Zelensky chegou à estação de comboio de Przemysl, esta manhã, foi inclusivamente captado pela estação de televisão polaca TVN, uma filiada da CNN.

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Depois de ter chegado à cidade polaca, Zelensky e a sua equipa entraram numa carrinha branca e terão sido levados para o aeroporto de Rzeszow, também na Polónia. E este aeroporto assume aqui um papel particularmente importante, uma vez que tem sido um dos pontos fulcrais de apoio à Ucrânia desde que começou a guerra, a 24 de fevereiro. Além de chegar a este aeroporto ajuda humanitária, Rzeszow é também um porto de abrigo, onde têm chegado milhares de pessoas que fogem da guerra. Tendo em conta o “incrível apoio” que tem sido dado pelo aeroporto, Zelensky chegou mesmo a considerar a cidade de Rzeszow como uma “cidade-refúgio”.

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E é nesta infraestrutura aeroportuária que se encontrava o apoio norte-americano para o transporte do Presidente ucraniano e da equipa que o acompanha e cujos elementos ainda não foram identificados. O avião que descolou com Zelensky a bordo, pouco depois das 7h (hora de Lisboa), pertence à Força Aérea dos Estados Unidos — é um Boeing C-40B, modelo comercial. A aeronave viria a aterrar horas depois, já passava das 17h (hora de Portugal) na base militar de Andrews (EUA), que é, aliás, utilizada por Joe Biden.

Parte do percurso do avião que levou Zelensky da Polónia até aos Estados Unidos

Quais os riscos desta viagem?

Nesta viagem, é certo que Zelensky correu alguns riscos, sobretudo desde que saiu da capital ucraniana até ao momento em que chegou à fronteira com a Polónia. O restante percurso foi feito em território da NATO. No entanto, como explica ao Observador o major-general Isidro Morais Pereira, o risco que Zelensky correu durante a viagem de comboio até chegar a território polaco “não é um risco maior do que aquele que correu no dia anterior, quando visitou as tropas em Bakhmut”.

“Ele esteve mesmo na linha da frente. Aí é que correu, de facto, um risco mais sério. Aqui o risco, embora exista, é um risco calculado”, acrescentou Isidro Morais Pereira. Neste caso, uma vez que a viagem foi mantida em segredo desde o dia 11 de dezembro, momento em que Biden convidou Zelensky para visitar os Estados Unidos, a Rússia não sabia “exatamente a que horas é que Zelensky ia deslocar-se, ou a que horas ia arrancar o comboio”.

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Depois, desde o momento em que o Presidente ucraniano pisou território que pertence à NATO, o risco seria praticamente nulo. “Não estamos a ver a Rússia a atacar um avião em território da NATO.”

Já nos Estados Unidos, o plano será um encontro bilateral, entre Biden e Zelensky, seguido de uma conferência de imprensa conjunta e, por último, o Presidente da Ucrânia vai discursar no Congresso norte-americano. Assim que este calendário estiver cumprido, Zelensky deverá sair de imediato dos Estados Unidos para regressar à Ucrânia.

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Ao Observador, o major-general explica, no entanto, que a viagem de regresso é que poderá ter um risco acrescido, caso sejam divulgadas horas e locais da deslocação de Zelensky. “Ou vai para a Polónia, ou vai para a Roménia. Daí, irá num transporte até Kiev novamente. Julgo que isso será mantido em segredo, porque aí pode correr algum risco de ser alvejado por um drone, ou por um míssil de precisão vindo da Rússia. Aí há sempre risco, mas é um risco calculado.”