2022 foi um autêntico carrossel de emoções para Tom Brady. O quarterback norte-americano acabou a carreira na sequência da eliminação dos Tampa Bay Buccaneers nos playoffs da NFL, voltou atrás na decisão apenas 40 dias depois, divorciou-se e ainda assinou um contrato milionário para salvaguardar o futuro pós-futebol americano. 2023 ainda mal começou — mas já se afigura turbulento.

Esta segunda-feira, a atuar em casa e no Raymond James Stadium, os Buccaneers foram eliminados pelos teoricamente inferiores Dallas Cowboys e caíram na primeira ronda dos playoffs. Ou seja, estão desde já afastados do que ainda resta da temporada e já não podem marcar presença no Super Bowl. Ou seja, pelo segundo ano consecutivo, Tom Brady perdeu a oportunidade de conquistar o título máximo do futebol americano pela oitava vez na carreira.

Na 23.ª temporada da carreira, o jogador de 45 anos realizou a 48.ª partida nos playoffs — sozinho, tem mais do que 23 das 32 equipas da NFL — e ainda não decidiu se vai procurar chegar à 49.ª. Logo depois do final do jogo, quando ficou confirmada a eliminação precoce dos Buccaneers, Brady garantiu que não iria cometer o erro da época passada e assumir opções irrefletidas.

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“Vou para casa e vou tirar uma boa noite de sono. Concentrei-me muito neste jogo e a partir de agora terá de ser um dia de cada vez. Adoro esta equipa. É um grande sítio para se estar e tenho de agradecer a toda a gente por me terem recebido tão bem. Estou muito grato pelo respeito e espero que o tenha demonstrado de volta”, explicou. Após terminar a carreira há pouco menos de um ano, voltar atrás 40 dias depois para assinar por mais um ano com os Buccaneers e ter mais uma temporada pouco conseguida, o futuro de Tom Brady é uma autêntica indecisão.

Foram 40 dias em que tudo mudou: Tom Brady volta atrás e decide jogar mais um ano

Ainda assim, existem algumas pistas — desde logo a possível e compreensível manutenção em Tampa Bay, onde é praticamente certo que a equipa voltaria a assinar um contrato de renovação válido por mais um ano. Nos últimos meses, porém, Brady assinou um acordo de 10 anos e 356 milhões de euros para se tornar o principal analista da NFL na Fox Sports assim que terminar a carreira, o que significa que o jogador não precisa propriamente de se preocupar com o que vai ou não encaixar financeiramente até decidir deixar os relvados.

No cenário de deixar os Buccaneers, Tom Brady pode permanecer na Flórida e juntar-se aos Miami Dolphins, que há muito tentam contratá-lo — o dono, aliás, já foi multado em quase dois milhões de euros por “contactos inadmissíveis” com o jogador entre 2019 e 2021, quando este ainda estava nos New England Patriots. O quarterback também tem sido associado aos Las Vegas Raiders, cujo treinador é Josh McDaniels, antigo coordenador ofensivo dos Patriots, e um regresso a New England parece nunca estar fora de questão. O técnico da equipa continua a ser Bill Belichick, com quem Brady conquistou seis dos sete Super Bowls que tem, e existe a ideia persistente de que os Patriots voltariam a abrir as portas para um potencial último do ano do melhor de sempre.

Tom Brady será analista principal de NFL da Fox Sports durante 10 anos por 356 milhões de euros

Seja como for daqui para a frente, é claro e notório que Tom Brady não pretende terminar a carreira depois de eliminações na primeira ronda dos playoffs ou de desilusões competitivas que pouco ou nada conheceu desde que se estreou na NFL. O histórico quarterback quer ganhar, quer lutar por títulos e quer despedir-se dos relvados com as mãos no troféu que tornou seu por direito próprio. O caminho para lá chegar, porém, tem diversas avenidas. E Brady tem de escolher uma.