Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

As autoridades alemãs já detiveram dois suspeitos naquele que é considerado um dos maiores casos de espionagem nos serviços secretos do país e investigam a possibilidade de existirem mais infiltrados a trabalhar para a Rússia.

O caso foi noticiado pela primeira vez em dezembro do ano passado, na sequência da detenção de um agente sénior dos serviços de informação da Alemanha (BND). O homem, identificado apenas como Carsten L, está em prisão preventiva desde então, sob suspeita de ter partilhado segredos de Estado com a Rússia. Um mês depois foi detido um novo suspeito, Arthur E,  um empresário de 31 anos investigado por ter passado aos serviços secretos russos dados obtidos pelo alegado espião alemão.

Alemanha detém segundo suspeito em caso de espionagem russo

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O BND investiga agora a possibilidade de existir nas suas fileiras um segundo espião a colaborar com a Rússia, refere o jornal The Telegraph, que cita o alemão Der Spiegel. O agente terá auxiliado Arthur E. a passar pela segurança do aeroporto durante viagens em que serviu como intermediário na entrega de documentos aos serviços de informações russos.

Segundo o jornal britânico, Arthur E. detalhou aos investigadores alemães pelo menos duas viagens que fez até Moscovo, onde se encontrou com contactos de Carsten L. O empresário disse acreditar que estava a agir no interesse de uma missão secreta do BND e não enquanto cúmplice do agente duplo alemão, uma alegação que as autoridades desvalorizaram.

O empresário admitiu ter entregue um envelope com dinheiro dos russos a um agente do BND, que o terá ajudado a sair do aeroporto sem passar pelos controlos de segurança. Para já, as autoridades não sabem se o intermediário implicado por Arthur E. estava a par das operações da rede de espionagem.

Até agora não foi divulgado o nome do segundo agente que terá colaborado com Arthur E, detido há cerca de duas semanas quando regressava dos Estados Unidos. O homem, que viveu a maior parte da vida na Alemanha, chegou a ter cidadania russa, que revogou em 1999. Em 2009 alistou-se para o exército alemão, treinando como especialista de IT.

Por agora Arthur E. está em prisão preventiva, à semelhança de Carsten L. Os dois homens são acusados de traição, um crime que na Alemanha poderá implicar um pena que varia desde um ano a prisão perpétua.