Para o PCP, o anúncio da atribuição do grau da “Ordem da Liberdade” só pode ser recebido “com indignação por todos quantos conhecem o valor da luta pela liberdade que o povo português travou ao longo de décadas contra o regime fascista.” A consideração é feita num curto comunicado, partilhado na noite desta quinta-feira pelos comunistas.

“Em vésperas das comemorações dos 50 anos da Revolução libertadora de abril, a atribuição a alguém como Volodymyr Zelensky, que reconhecidamente personifica um poder xenófobo, belicista e antidemocrático, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e nazi, constitui uma afronta aos democratas e uma decisão contrária à construção de um caminho de paz”, considera o PCP.

Esta quarta-feira, uma nota da Presidência da República indicou que Marcelo Rebelo de Sousa vai condecorar Zelensky, atribuindo-lhe o “Grande-Colar da Ordem da Liberdade”.

“O Presidente da República tencionava anunciar no dia 24 deste mês, data em que se completa um ano sobre a agressão da Rússia contra a Ucrânia, a condecoração do Presidente Zelensky”, era possível ler no site da Presidência. “Tendo em conta a iniciativa parlamentar sobre esta matéria, anuncia desde já que decidiu atribuir ao Presidente da Ucrânia o Grande-Colar da Ordem da Liberdade”, era ainda explicado.

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Presidente da República atribui Ordem da Liberdade a Volodymyr Zelensky

O PCP tem sido criticado ao longo do último ano pela posição perante a guerra na Ucrânia e pela renitência em usar a palavra invasão neste contexto de conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Em abril de 2022, quando Zelensky discursou perante o Parlamento português, o partido não marcou presença, dizendo que Zelensky personificava “poder xenófobo e belicista” — justamente as mesmas palavras que usou no comunicado de 2023.

PCP não vai ouvir discurso de Zelensky no Parlamento. “Personifica poder xenófobo e belicista”