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Ao 376.º dia de guerra prosseguem os combates na cidade de Bakhmut, no região de Donetsk. A presidência ucraniana garantiu que vai reforçar as suas posições na cidade, num dia em que o Instituto para o Estudo da Guerra sugeriu que os combatentes ucranianos estão a fazer uma “retirada parcial” na zona leste de Bakhmut. O dia também ficou marcado por novas críticas dirigidas a Moscovo pelo fundador do grupo paramilitar russo Wagner, cujas unidades combatem há vários meses no território ucraniano.

Afinal, o que se passa em Bakhmut? A cidade em ruínas que a Ucrânia transformou numa nova Azovstal para esgotar os russos

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Estes são os principais destaques do 375º dia de guerra:

O que aconteceu durante a noite?

  • Durante o dia foi divulgado um vídeo que parece mostrar a execução de um prisioneiro de guerra ucraniano. As autoridades de Kiev reagiram em peso, com o chefe da diplomacia a exigir uma investigação ao “crime hediondo” e o Presidente Zelensky a garantir que os assassinos serão encontrados.
  • As tropas russas atingiram as posições ucranianas perto de Bakhmut (região de Donetsk) 130 vezes ao longo das últimas 24 horas, revelou o porta-voz do grupo leste das Forças Armadas da Ucrânia. Um conselheiro da presidência ucraniana disse que há consenso dentro das chefias para “continuar a defender” essa cidade.
  • Sobre os confrontos em Bakhmut, o líder dos mercenários russos Wagner admitiu que as tropas de Kiev vão lutar “até ao fim”. O mesmo vão fazer os combatentes que compõem as fileiras do grupo de mercenários, garantiu.
  • A empresa Rheinmetall, que produz os tanques de batalha Leopard, espera vir a abrir uma fábrica na Ucrânia. Em declarações ao Rheinische Post, citadas pela CNN, o CEO Armin Papperger disse que estão a decorrer negociações nesse sentido, mas que ainda não há uma decisão.
  • O Presidente Volodymyr Zelensky demitiu esta segunda-feira o vice-chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), noticiou o Kyiv Independent. Também foram afastados do cargo outros quatro funcionários do SBU: Oleksandr Provotorov, Ihor Nosko, Borys Bezrukyi e Eduard Fedorov.
  • O Ministério da Defesa britânico considera que a Rússia está a responder às pesadas baixas de blindados ao transferir para a Ucrânia tanques de batalha T-62 desenvolvidos há 60 anos. “Há uma possibilidade realística de que mesmo unidades do Primeiro Exército Blindado de Guardas da Rússia (1ºGTA), supostamente a principal força de tanques russa, ser equipada com os T-62 para lidar com as baixas anteriores”, revelou no mais recente relatório sobre a guerra.
  • O presidente da empresa energética estatal polaca Orlen, Daniel Obajtek, vai pedir uma indemnização à Rússia por cortar unilateralmente as exportações de petróleo e gás para a Polónia.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Depois de na semana passada ter sido noticiada uma “operação de sabotagem” na região russa de Bryansk — a alguns quilómetros da fronteira com a Ucrânia –, uma unidade do exército ucraniano alegou ter destruído uma torre de observação no mesmo território.
  • Um tribunal da região de Kemerovo, na Sibéria ocidental, condenou a oito meses de trabalhos sociais um jornalista acusado de difundir deliberadamente informação “falsa” sobre as Forças Armadas da Rússia, na primeira sentença com base neste artigo do Código penal.
  • Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo, está a realizar uma visita à zona da “operação militar especial” na Ucrânia e esteve esta segunda-feira na cidade ucraniana de Mariupol, ocupada pelas tropas russas desde maio do ano passado. A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa russo.
  • A Procuradoria-Geral da Rússia declarou como indesejável a organização não governamental Transparência Internacional, com sede em Berlim. A ONG foi acusada pelas autoridades russas de interferir nos assuntos internos do país.
  • A União Europeia está mais perto de definir um acordo para a aquisição conjunta de munições para ajudar a Ucrânia a repor o seu stock. Os ministros de Defesa da UE vão discutir esta semana os planos para acelerar o fornecimento de munições de 155 milímetros a Kiev.
  • As Baixas militares na Ucrânia podem ser “muito mais baixas” do que se pensa, disse à revista Forbes Vikram Mittal, professor da Academia Militar dos EUA. O especialista citou novos dados do site de análise de dados de Defesa Oryxspioenkop.com, que coloca o número de baixas em 13.440 militares ucranianos e 45.170 russos.
  • O FSB, serviço de informação e espionagem da Rússia, disse ter travado uma tentativa de assassinato contra Konstantin Malofeev, fundador do canal de televisão ortodoxo Tsargard. De acordo com a agência estatal russa Tass, o plano era colocar uma bomba caseira por baixo do carro de Malofeev, que seria detonada por controlo remoto.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujos homens estão a combater no leste da Ucrânia, voltou a queixar-se da falta de munições dos seus combatentes, atribuindo os atrasos nas entregas a uma possível traição. Os últimos meses têm sido marcados por elevadas tensões entre Prigozhin e as autoridades russas, particularmente o Ministério da Defesa.
  • O think tank norte-americano Institute for the Study of War considera que os combatentes ucranianos podem estar a fazer uma “retirada parcial” na zona leste de Bakhmut, mesmo continuando a provocar baixas significativas entre as forças militares russas que estão a avançar naquele território.
  • A Ucrânia nomeou um novo líder para o organismo público de combate à corrupção – o NABU. A nomeação surge numa altura em que a União Europeia tem pressionado Kiev a reforçar os esforços de combate à corrupção, no âmbito do processo de adesão ao bloco comunitário.
  • Os EUA não consideram que a queda de Bakhmut significaria um “ponto de viragem” na guerra em benefício da Rússia. No atual contexto de guerra o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que a cidade, que está há vários meses sob forte pressão, tem uma importância mais simbólica do que estratégica.
  • Três mísseis terão sido abatidos na Rússia, num incidente que levou a que pelo menos uma pessoa tenha ficado ferida, avançou o governador russo de Belgorod. Segundo Vyacheslav Gladkov, os destroços dos mísseis danificaram infraestruturas de rede elétrica.