Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

O nome de Olesya Krivtsova, uma estudante russa de 20 anos, foi adicionada à lista de fugitivos do Ministério do Interior da Rússia, avançou o The Moscow Times. A jovem, da cidade de Arkhangelsk, foi acusada de terrorismo e de desacreditar repetidamente as Forças Armadas russas devido a publicações nas redes sociais. Se condenada, Krivtsova poderia enfrentar uma pena de até dez anos de prisão.

Estudante russa pode enfrentar dez anos de prisão por publicações no Instagram

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Tudo começou quando partilhou na conta de Instagram uma publicação sobre a explosão da ponte de Kerch, na Crimeia — descrita pelo Kremlin como um ato terrorista das forças de Kiev — e, mais tarde, divulgou um post de uma amiga sobre a guerra na Ucrânia.

Segundo contou em entrevista à BBC, foi detida em dezembro pela polícia russa, que irrompeu pela sua casa quando estava a conversar ao telefone com a mãe. “Ouvi a porta da frente a abrir-se. Entraram muitos polícias. Tiraram-me o telemóvel e gritaram para que me deitasse no chão”, revelou. “Nunca imaginei que alguém pudesse enfrentar uma pena de prisão tão longa por publicar algo na internet”, admitiu a jovem.

Em janeiro, um tribunal russo decretou que Krivtsova deveria aguardar julgamento em prisão domiciliária. Segundo a CNN, por essa altura a jovem foi também adicionada à lista russa de terroristas e extremistas, na qual estão incluídos grupos como o ISIS ou o Al Qaeda.

Sem esperar pelo desenrolar do julgamento, a estudante russa conseguiu fugir do país para a Lituânia no dia 15 de março, partilhando nas redes sociais um vídeo em que retira a pulseira eletrónica e mostra um cartaz com a palavra “liberdade”.

“Estou na Lituânia agora e nem acredito que acabou tudo”, escreveu mais tarde numa conta de Telegram criada em seu apoio. “A Rússia será livre”, garantiu.

O caso de Krivtsova é apenas o mais recente numa série de condenações desde que as autoridades russas apertaram o cerco de repressão em torno das manifestações públicas contra a invasão da Ucrânia. Recentemente as autoridades russas condenaram o estudante Dmitry Ivanov a uma pena de oito anos e meio de prisão por disseminar informações falsas sobre o Exército russo e a jornalista Maria Ponomarenko, de 44 anos, por criticar a invasão russa da Ucrânia.

Estudante russo condenado a oito anos e meio de prisão por desacreditar Exército russo