António Costa voltou a garantir que não será candidato à Presidência da República. Numa entrevista conduzida por António Saraiva, ex-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), o socialista deixou claro que não se vê no papel de Chefe de Estado e explicou porquê: “Presidente da República foi uma função que sempre disse que não desempenharia. Quem gosta de ser primeiro-ministro dificilmente daria um bom Presidente da República.”

Na CNN, António Costa foi desafiado a eleger uma marca da sua governação pela qual gostaria de ser recordado. Na reposta, o primeiro-ministro rematou assim: “Espero que quando deixar de governar haja tanta coisa, tanta coisa que daqui a 30 anos ninguém se lembre da minha existência, não tenho nenhuma vocação para ser figura histórica”.

Ao longo da entrevista, o primeiro-ministro foi também confrontando com as propostas do Governo para a Habitação, em particular a questão do arrendamento coercivo. Já depois de ter dito que se sentia “perplexo” com a polémica causada, Costa veio agora dizer estranhar a “fixação” política e mediática com a medida. “Não é expropriação nem esbulho: é arrendar a valor de mercado uma casa vazia”, tentou justificar António Costa.

O líder socialista recusou ainda a ideia de que o Governo socialista “diaboliza” os empresários e o setor privado. “Nota-se uma grande confiança do sector privado em fazer investimento. Se houvesse esse sentimento, as empresas não sentiriam essa confiança para investir”, afirmou o primeiro-ministro, sem deixar de enviar um recado às empresas:

“As pessoas sentem um certo choque entre os resultados das empresas que são anunciados e a remuneração que recebem. Estes têm sido anos difíceis do ponto de vista da coesão social. Todos temos que fazer um esforço para que todos se sintam mais recompensados – empresas e trabalhadores – e para que haja menos desigualdade”, rematou o primeiro-ministro.

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