Entre dezembro e janeiro e ao longo de oito jogos, o Chelsea só ganhou duas vezes. Mas Graham Potter resistiu. E o Chelsea até parecia estar a recuperar, com três vitórias seguidas nos últimos cinco encontros e o apuramento para os quartos de final da Liga dos Campeões pelo meio. Este sábado, porém, o Chelsea perdeu com o Aston Villa. E Graham Potter já não resistiu.

O treinador inglês contratado há apenas sete meses para substituir o também dispensado Thomas Tuchel foi despedido este domingo, na antecâmara da receção desta terça-feira ao Liverpool e numa altura em que os blues já caíram para a segunda metade da tabela da Premier League. Potter não conseguiu inverter o sentido da temporada do Chelsea — apesar dos astronómicos valores investidos nas duas últimas janelas de transferências — e tornou-se a mais recente vítima de uma gestão algo errática de Todd Boehly.

A varinha partiu antes de haver magia e um filme de 24,3 milhões durou sete meses: Graham Potter despedido pelo Chelsea

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O clube londrino despediu agora dois treinadores na mesma época, algo que nunca aconteceu durante a era de Roman Abramovich, e o próximo técnico será o 16.º a ocupar o lugar desde 2004 (ainda que José Mourinho e Guus Hiddink tenham passado por Stamford Bridge em dois períodos distintos). De acordo com o jornal The Telegraph, o recém-disponível Julian Nagelsmann é o grande favorito da cúpula do Chelsea mas existem outras opções em cima da mesa.

Segundo a notícia desta segunda-feira, os blues querem aproveitar o facto de o alemão ter acabado de sair do Bayern Munique para o garantirem de forma imediata. Boehly estará a delegar o processo de contratação de um novo treinador nos dois diretores desportivos do clube, Laurence Stewart e Paul Wistanley, numa postura que contrasta com aquela que adotou na sequência da saída de Tuchel — onde assumiu por completo o dossiê, numa decisão justificada com o facto de ainda não existir uma direção desportiva totalmente formada depois da mudança de proprietários.

Ainda que as ligações a Nagelsmann sejam privilegiadas — o treinador alemão trabalhou com Laurence Stewart no RB Leipzig –, o Chelsea vai entrevistar mais candidatos e está particularmente interessado em Luis Enrique e Mauricio Pochettino, que também estão ambos livres. Numa linha mais recuada aparece o nome de Luciano Spalletti, que está muito perto de conduzir o Nápoles à conquista da Serie A e que também será abordado, e ainda um quinto candidato que não é nomeado pelo The Telegraph.

De recordar que Pochettino já esteve no radar do Chelsea precisamente quando Thomas Tuchel foi despedido e Graham Potter foi contratado, com os blues a optarem pelo inglês que estava a realizar um início de temporada impressionante ao comando do Brighton. Com poucos objetivos na Premier League mas ainda com os quartos de final da Liga dos Campeões por disputar, onde vai defrontar o Real Madrid, o clube inglês estará a decidir começar desde já o novo projeto e não esperar pelo fim da temporada — até porque, nessa altura, existe a probabilidade de merengues e PSG, para além do Tottenham, também estarem à procura de treinador.

Se o eleito for mesmo Julian Nagelsmann, salta à vista um pormenor curioso: o alemão tornou-se o treinador mais caro de sempre em 2021, quando o Bayern Munique o contratou por 20 milhões de euros ao RB Leipzig, e Graham Potter é o segundo desse ranking, já que o Chelsea pagou 18,4 milhões ao Brighton para assegurar o inglês no ano passado.

Por agora, porém, o senhor que se segue já é conhecido. Bruno Saltor, de 42 anos e até aqui adjunto de Graham Potter, será o treinador interino do Chelsea até que seja contratado um efetivo e vai estrear-se já esta terça-feira e contra o Liverpool. O antigo lateral espanhol representou Espanyol, Lleida, Almería, Valencia e Brighton enquanto jogador e terá o primeiro desafio enquanto treinador principal, já que só integrou a equipa de Potter em 2019 e logo após terminar a carreira.