A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira uma ajuda de 100 milhões de euros aos agricultores dos países mais afetados pela isenção de taxas sobre importação de grãos e cereais da Ucrânia.

O pacote financeiro anunciado esta quarta-feira — e que inclui ainda uma taxa de cofinanciamento pela União Europeia (UE) de 200% para os agricultores afetados — soma-se, segundo uma carta enviada por von der Leyen aos líderes da Bulgária, Eslováquia, Hungria, Polónia e Roménia, aos 56,3 milhões de euros da reserva agrícola já alocados aos produtores mais afetados pela isenção de taxas.

Na sequência da guerra lançada contra a Ucrânia pela Rússia, a UE suspendeu, em maio de 2022 e pelo prazo de um ano, as taxas alfandegárias sobre todos os produtos importados daquele país e organizou corredores para a exportação de grãos e cereais.

Von der Leyen salientou ainda, na carta a que a Lusa teve acesso, que Bruxelas tenciona negociar o prolongamento da isenção de taxas por mais um ano, a partir de 5 de junho, que, considerou, “irá reforçar a nossa ajuda comercial para a Ucrânia”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os Estados-membros vizinhos da Ucrânia viram acumular-se dentro das suas fronteiras os produtos agrícolas importados, o que fez cair os preços, tendo a Bulgária, Polónia, a Hungria e a Eslováquia proibido as importações para proteger os seus produtores.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.