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O treinador do Benfica, Roger Schmidt, disse este domingo que respeita a opinião de Sérgio Conceição, do FC Porto, mas insistiu, numa conversa aberta com a imprensa, no Seixal, que os encarnados mereceram ser campeões nacionais de futebol.

O técnico dos dragões afirmou, no final do último jogo do campeonato, que a sua equipa foi a melhor da I Liga nesta época, apesar de ter terminado em segundo lugar, mas Schmidt contrariou essa ideia, apesar de admitir que não viu todos os jogos do rival.

“É a sua opinião e eu respeito. Não vi todos os jogos do FC Porto, mas vi a nossa equipa a jogar e acho que jogámos muito bem. E, como disse antes do jogo, a equipa que no final de 34 jogos tem mais pontos, se essa equipa também marcou mais golos e sofreu menos, merece ser campeã. E essa equipa foi o Benfica”, ripostou o técnico alemão.

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Poucas horas após festejar a conquista do 38.º título de campeão nacional do clube, o treinador fez uma retrospetiva da época, durante quase uma hora, e desvalorizou o facto de ter sido campeão apenas na última jornada, após ter chegado a conseguir 10 pontos de vantagem sobre o segundo classificado.

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“Não temos de ser campeões com 20 pontos de avanço. Temos de ser campeões, não interessa se é por um ponto ou pela diferença de golos. Fizemos 87 pontos, acho que o recorde do Benfica é 88, portanto estivemos muito perto da melhor época de sempre”, lembrou o técnico campeão nacional.

Segundo Schmidt, o Benfica jogou “de forma consistente a um nível muito alto” durante a maior parte da época e só oscilou durante duas semanas, que coincidiram com as derrotas frente a FC Porto, Inter de Milão e Desportivo de Chaves.

“Foi talvez a pior fase da época para nós. Mantivemos um nível muito alto, mas nestas duas semanas não estivemos ao melhor nível. Não fomos tão dominantes, tão bons a controlar o jogo, a defender como fomos antes. E os nossos adversários foram muito eficazes nestes jogos. Mas o que fizemos depois, para dar a volta ao momento, foi muito importante para o resto da época”, comentou o treinador.

Esse período significou também a eliminação da Liga dos Campeões, nos quartos de final, mas Schmidt frisou que “não é uma vergonha não conseguir ganhar ao Inter”, lembrou que foi a única derrota da equipa “em 14 jogos” na competição e elogiou o desempenho dos jogadores.

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“A maior parte dos outros jogos, ganhámos contra equipas de topo, por isso, não é uma desilusão termos saído da Liga dos Campeões nos quartos de final. Foi uma grande conquista dos jogadores. A forma como o Benfica jogou esta época nas competições internacionais foi incrível”, destacou o técnico alemão.

O treinador do Benfica espera ainda poder contar com Nicolas Otamendi e Gonçalo Ramos na próxima época, mas admitiu que desconhece as decisões dos jogadores e do clube quanto ao seu futuro.

Segundo o técnico, as abordagens ao capitão para renovar começaram “talvez antes do Natal”, mas “a sua posição foi sempre de esperar pelo final da época e só depois tomar uma decisão”.

“A época acabou, tentámos tudo para mantê-lo como nosso capitão na próxima época, mas ele tem 34 ou 35 anos, está em final de contrato, é normal que pense sobre a situação e damos-lhe todo o tempo para isso. Mas claro que todos esperamos que fique no Benfica”, assumiu Schmidt.

“É um clube extraordinário. Ter sucesso no Benfica traz felicidade a muita gente”, destaca Schmidt

Sobre Ramos, o alemão lembrou que “fez uma grande época”, além de ter “grande talento como ponta de lança” e de não haver “muitos no mercado” com as suas características.

“O Gonçalo Ramos, não sei, espero que ele fique. É jovem para ficar mais um ano no Benfica. Fez uma grande época, tem um grande talento como ponta de lança, não há muitos no mercado. Vamos ver. É possível mantê-lo, mas a decisão também é dele. Ficaria muito feliz se ele ficasse mais uma época”, reconheceu o técnico.

Os elogios do técnico, de resto, estenderam-se também a outros jogadores do plantel, como João Mário e Rafa, que em conjunto com Otamendi e Grimaldo foram “os líderes do grupo”, mas também a Chiquinho e João Neves, determinantes após a saída de Enzo Fernández, em janeiro.

“Foi um momento difícil para nós, honestamente. Jogámos em Arouca e quando o jogo começou, era o último dia da janela de transferências e eu não sabia se, no final do jogo, o Enzo ainda seria nosso jogador ou se iria para outro clube”, recordou o treinador.

O médio argentino, que se transferiu para o Chelsea, manteve, no entanto, o contacto com o técnico e enviou os parabéns a Schmidt e ao grupo de trabalho.

“Trocámos algumas mensagens, ele deu-nos os parabéns pelo título e eu disse-lhe que ele também fez parte disso”, revelou Schmidt.