O primeiro-ministro respondeu esta quinta-feira, passado um mês, às perguntas da Iniciativa Liberal sobre a atuação dos serviços de informações na recuperação de um computador do Ministério das Infraestruturas e formalizou a entrega de respostas ao PSD.

De acordo com o site da Assembleia da República, as perguntas da IL foram enviadas ao gabinete do primeiro-ministro no dia 2 de maio, tendo o chefe do Governo respondido esta quinta-feira, dentro do prazo estipulado de um mês. Quanto ao PSD, o site do parlamento também já incluiu, ao final da tarde, as respostas do primeiro-ministro, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira de manhã e depois publicadas no portal do Governo.

Esta quinta-feira, o PSD criticou o primeiro-ministro por ter divulgado à comunicação social as respostas ao seu requerimento antes de as enviar ao parlamento, com António Costa e o Governo a contraporem que responderam aos sociais-democratas pela mesma via pela qual tiveram conhecimento das perguntas.

O requerimento com as perguntas do PSD, anunciado e distribuído aos jornalistas na quarta-feira ao final da manhã, só ao início da tarde desta quinta-feira foi publicado no site do parlamento, embora com data de entrada de dia 31. Na resposta curta à IL, o chefe do executivo recupera vários argumentos já dados ao PSD, repetindo textualmente algumas frases.

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Costa insiste que “nenhum membro do Governo deu qualquer instrução, ordem ou orientação ao Serviço de Informações de Segurança” e que “as entidades agem no estrito âmbito das suas competências e no quadro da legislação aplicável”.

O primeiro-ministro escreve ainda que “de acordo com o exposto pelo Ministro das Infraestruturas e confirmado pela sua chefe do gabinete [Eugénia Correia], a iniciativa de contactar o Serviço de Informações de Segurança partiu da própria chefe do gabinete do Ministro das Infraestruturas”.

António Costa reitera que considera que a chefe do gabinete do ministro das Infraestruturas “agiu corretamente perante a quebra de segurança de documentos classificados guardados num computador portátil”.

À pergunta “pode o SIS receber diretamente um bem furtado, mesmo que este represente ou contenha documentação classificada, ainda que com a autorização expressa do primeiro-ministro?”, António Costa lembrou as audições parlamentares da secretária-geral do SIRP, embaixadora Graça Mira Gomes, e do diretor do SIS, Adélio Neiva da Cruz.

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“A secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa e o diretor do Serviço de Informações de Segurança já tiveram ocasião de precisar junto da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias a base legal da sua atuação e os órgãos competentes para a fiscalização da atuação dos serviços de informações já declararam publicamente – e por unanimidade – não haver indícios de ter havido atuação ilegal por parte do Serviço de Informações de Segurança”, lê-se no documento.