O 464.º dia de guerra ficou marcado por novos ataques a várias regiões russas perto da fronteira com a Ucrânia, ofensivas sobre as quais a Ucrânia não se pronunciou e que terão provocado dois mortos. Também o território ucraniano, incluindo a capital foi alvo de ataques durante a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta-feira. Só em Kiev foram abatidos mais de 30 mísseis e drones lançados pelas forças russas, segundo denunciaram as autoridades ucranianas.

Ucrânia e Rússia dizem que repeliram mais ataques nos respetivos territórios

Estes são as principais notícias em destaque nesta sexta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente Volodymyr Zelensky criticou no habitual discurso diário o nível de “negligencia” em Kiev depois de três pessoas terem morrido na capital por não terem tido acesso a um abrigo durante um ataque russo. O líder ucraniano ordenou esta sexta-feira a realização de uma auditoria aos abrigos anti-bomba na Ucrânia, incluindo na capital.
  • Quatro alegados colaboradores do Kremlin morreram esta sexta-feira quando uma bomba explodiu no carro em que seguiam, revelou o presidente da câmara de Melitopol. “Não é exatamente uma noite tranquila para os colaborares e invasores de Mykhailivka”, escreveu Ivan Fedorov na conta oficial de Telegram.
  • O líder do grupo Wagner disse que, sob as ordens do Ministério da Defesa russa, foram colocadas na cidade de Bakhmut minas nas rotas de retirada dos seus combatentes. Segundo Yevgeny Prigozhin, as unidades da companhia militar detetaram dispositivos explosivos, incluindo centenas de minas anti-tanques, em dezenas de localidades.
  • O secretário de Estado norte-americano afirmou esta sexta-feira que, apesar de a Rússia se gabar de ter o segundo exército mais poderoso no mundo, é na verdade o “segundo exército mais forte” na Ucrânia. Para Anthony Blinken, as forças russas são um “caso de estudo de fracasso”.

  • Um relatório do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) aponta que não há indicações de que a guerra na Ucrânia tenha alterado os planos da China em relação a Taiwan. O think tank britânico refere que é “impossível determinar se a China vai usar a força para tomar Taiwan no futuro”.
  • Já arrancou a formação de militares ucranianos no uso dos tanques de batalha Abrams norte-americanos, revelou esta sexta-feira o chefe do Estado-maior dos Estados Unidos. No entanto, segundo adiantou Mark Milley, estes equipamentos não vão chegar à Ucrânia a tempo da antecipada contraofensiva de primavera.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O Presidente Volodymyr Zelensky disse compreender que é não é possível que a Ucrânia possa tornar-se membro da NATO enquanto a guerra com a Rússia prossegue. “Não é que não o queiramos, mas porque é impossível”, reconheceu durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo da Estónia.
  • O Centro Nacional de Resistência da Ucrânia revelou que as forças russas mobilizaram a unidade de forças especiais Senezh para a região de Belgorod, região na fronteira com a Rússia. “Os russos estão com tanto medo das milícias que pararam com urgência as operações desta unidade de elite”, afirmou.
  • Os Estados Unidos não consideram ser necessário aumentar a dimensão do arsenal nuclear para compensar as forças conjuntas da Rússia, China e outros rivais. Esta foi, pelo menos, a posição assumida pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca. Jake Sullivan garantiu que Washington vai cumprir o tratado de armas nucleares New Start até 2026, se a Rússia dizer o mesmo.
  • O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o país está a trabalhar com a Ucrânia e outros aliados para construir um consenso quanto aos elementos necessários para uma paz “justa e duradoura”. Para o representante norte-americano, um cessar fogo entre Kiev e Moscovo isso iria permitir à Rússia “descansar, rearmar-se e reatacar” no território ucraniano já conquistado.
  • Duas mulheres morreram e outras pessoas ficaram feridas num ataque russo à região de Zaporíjia, segundo o governador na região. A informação é avançada pelo The Guardian.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O representante especial chinês para os assuntos euro-asiáticos, Li Hui, defendeu que a Rússia e a Ucrânia tomem “medidas concretas” para prevenir um incidente nuclear, admitindo que o risco de a guerra escalar é “ainda elevado”.
  • Um homem despiu-se e protestou completamente nu no altar da Basílica de São Pedro na quinta-feira. O objetivo seria protestar contra a guerra na Ucrânia, disse uma fonte do Vaticano à Reuters. Nas costas, o homem tinha desejada uma frase em que pedia que as crianças da Ucrânia fossem salvas.
  • O governador da região russa de Belgorod denunciou a morte de duas mulheres na sequência de um bombardeamento. A Sky News escreve que fragmentos atingiram alguns carros numa estrada de Maslova Pristan, perto da fronteira com a Ucrânia, um dos quais transportava duas mulheres.
  • A Rússia também reportou ataques com drones na cidade russa de Kursk. O Kyiv Independent escreve que foram lançados drones sobre a cidade durante a última noite. O governador da região, Roman Starovoyt, indicou no Telegram que os drones foram intercetados. Kiev não confirmou nem negou a tentativa de ataque.
  • Ao 464.º dia de guerra continuam as tentativas de ataque à capital ucraniana. As autoridades ucranianas disseram ter intercetado mais de 30 mísseis e drones em novos ataques sobre Kiev durante a noite e madrugada de sexta-feira. A cidade ucraniana de Nikopol também terá sido alvo de ataques.

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