Uma operação conjunta da polícia do Brasil e da Interpol cumpriu esta sexta-feira dois mandados de prisão preventiva em Lisboa, e bloqueio de bens bancários de elementos de uma alegada organização criminosa que aplicava golpes em investidores.

Num comunicado, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que realizou a segunda fase da operação Difusão Vermelha em que foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva também pela Interpol em Lisboa, Alemanha e República Checa, “desarticulando uma organização criminosa sediada em Portugal e investigada por falsos investimentos em Forex e Day Trade”.

Segundo as autoridades brasileiras, os criminosos, embora sediados em Portugal, procuravam vítimas apenas no Brasil.

Também foram cumpridas novas medidas de bloqueio de contas bancárias e “criptoativos”, bem como determinado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão regulador das telecomunicações no Brasil, a implementação de obstáculos tecnológicos que impeçam o acesso a websites dos criminosos a partir do território brasileiro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A autoridade policial brasileira explicou que após as primeiras prisões, realizadas em março passado, a investigação apurou que os criminosos tentaram se reorganizar, efetivando a substituição dos líderes presos e reinício das atividades.

“No mesmo giro, foi possível descobrir a identidade do maior golpista que efetivamente havia gerado os maiores prejuízos a vítimas brasileiras, uma delas perdendo 1,5 milhão de reais (282 mil euros) e um casal residente no Distrito Federal que perdeu cerca de 630 mil reais (118,3 mil euros)”, lê-se na nota.

Segundo o comunicado, um criminoso, que não foi identificado, ligava às vítimas no Brasil, apresentando-se como um analista de investimento chamado Rafael Fonseca.

“Com o avanço da apuração identificou-se seu verdadeiro nome, bem como que estaria branqueando dinheiro por meio de uma banda de samba e um restaurante em Portugal. O outro brasileiro também preso nesta manhã era um dos gerentes do esquema ligado diretamente” ao checo “detido na primeira fase”, acrescenta a Polícia Civil do Distrito Federal.

Todos os detidos na primeira fase aguardam o processo de extradição que é desenvolvido a pedido do poder judiciário e intermediado pelo Departamento de Cooperação Internacional da polícia brasileira e do Ministério da Justiça.

Os dois presos desta sexta-feira de manhã também serão submetidos ao processo de extradição para responderem por seus crimes no Brasil.