Quem, por volta das 08h00 desta quinta-feira, passou pela estação de comboios da Amadora para apanhar o comboio, cruzou-se com mais de 400 militares fardados e armados com espingardas na estação, prontos para embarcar. Uma operação que acontece todos os anos, mas que o Exército tenta que seja feita em plena madrugada ou, pelo menos, fora de hora de ponta.

Tratava-se do batalhão de alunos da Academia Militar, 440 cadetes ao todo, que, em plena hora de ponta, se deslocava até ao Campo Militar de Santa Margarida, em Constância, para participar num exercício de final de ano letivo.

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Mas a forte presença militar terá, segundo noticiou o Correio da Manhã, assustado alguns passageiros.

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Ao Observador, o porta-voz do Exército explicou que o uso de comboios para o transporte das Forças Armadas “é uma prática comum” no âmbito da NATO e visa “o treino da projeção de forças recorrendo a via férrea”.

Hélder Parcelas, tenente coronel que é porta-voz do Exército, acrescentou ainda que este exercício acontece todos os anos, admitindo, no entanto, que, por norma, a deslocação dos cadetes costuma ser feita fora do horário de ponta, muitas vezes ainda de madrugada. Sem que cause, por isso, constrangimentos aos passageiros civis.

Na deslocação desta manhã, estava previsto “a atribuição em exclusividade de uma plataforma de embarque para efeitos de treino” — algo que não veio a verificar-se, por motivos “que são alheios” ao Exército, tendo havido um cruzamento dos militares com a população civil.

O Exército esclarece ainda que o embarque aconteceu num comboio “expressamente fretado” para o efeito e que militares e civis não partilharam o mesmo meio de transporte.

O transporte das armas também terá sido feito em segurança — a mesma fonte explica que estas não estavam carregadas com munições, que são transportadas em viaturas militares próprias.