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Vladimir Putin falou pela primeira vez em público sobre a reunião com Yevgeny Prigozhin e as chefias do grupo Wagner. O encontro, que terá acontecido cinco depois da rebelião de 24 de junho, foi confirmado esta semana pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, com o próprio Presidente russo a descrever alguns detalhes do que se terá passado.

As declarações foram feitas à margem do Fórum Tecnológico do Futuro, que teve lugar esta quinta-feira em Moscovo. Já depois de ter discursado, Putin foi questionado por alguns jornalistas sobre vários temas – e acabou mesmo por contar a sua versão dos acontecimentos da reunião com os Wagner.

“É muito simples, e acho óbvio para a sociedade russa. Os soldados comuns da Wagner lutaram com dignidade. (…) O facto de terem sido arrastados para estes eventos é de lamentar”, começou por dizer o líder russo, de acordo com o jornal russo Kommersant.

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Putin disse que o encontro serviu para “fazer um balanço” das atividades da organização no terreno, bem como dos eventos da rebelião armada liderada por Prigozhin. À semelhança do que já tinha sido dito por Dmitry Peskov na segunda-feira, o Presidente russo terá dado “opções” para os combatentes continuarem a sua atividade.

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O Chefe de Estado russo aproveitou ainda para colocar em causa a autoridade de Prigozhin, sugerindo que os soldados do grupo mercenário contrariaram a vontade do fundador da organização. “Disse-lhes que podiam ir todos para o mesmo sítio e continuar a servir. Nada mudaria para eles”. Além disso, terá proposto aos combatentes continuarem no terreno sob a alçada de um comandante cujo nome de código é “Sedoy”, que seria o líder operacional dos Wagner no terreno há já mais de um ano.

“Quase todos concordaram quando lhes disse isto”, garantiu Putin, antes de acrescentar que Prigozhin “que estava sentado mais à frente e não viu isto” não terá acreditado. “’Não, os homens não concordam com esta decisão’… é a história do grupo Wagner”, ironizou.

Questionado sobre se a organização ia continuar a combater, Putin não respondeu, limitando-se a dizer que, “oficialmente”, o grupo Wagner “não existe”. “Não há uma entidade legal. (…) Há um grupo, mas legalmente não existe. É um problema diferente relacionado com a legalização em termos reais” sustentou, afirmando que o assunto será tratado na Duma estatal.

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