O Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, perdoou 110 pessoas julgadas e condenadas por participarem em outubro passado em protestos contra o Governo, nos quais pelo menos 50 pessoas morreram, segundo dados oficiais.

Segundo a imprensa local, 110 cidadãos beneficiaram esta segunda-feira desta medida, depois de outros 259 terem sido também perdoados no final de março, de um total de mais de 600 detidos durante os protestos.

As manifestações ocorreram em 20 de outubro, quando a transição política do Chade deveria terminar após a morte do Presidente Idriss Déby – pai do atual chefe de Estado – durante combates entre grupos rebeldes e o exército em abril de 2021.

Apesar de terem sido proibidos na véspera pelas autoridades, os protestos tiveram lugar em várias cidades do país, e o exército e a polícia responderam com repressão violenta, usando munições reais e gás lacrimogéneo.

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Desde a morte de Idriss Déby, o país é liderado pelo seu filho Mahamat Idriss Déby Itno, de 39 anos, que anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o Parlamento.

O Chade manteve um diálogo nacional entre agosto e outubro de 2022 para chegar a um acordo sobre as bases do regresso à ordem constitucional, que foi altamente criticado e boicotado pela oposição e grupos rebeldes.

Foi acordado que a transição seria prorrogada por mais dois anos a partir de 20 de outubro e que Déby Itno seria empossado como Presidente interino.

No seu discurso de investidura, a 10 de outubro, Déby Itno anunciou a formação de um “Governo de unidade nacional” e prometeu um referendo constitucional e eleições, após o fim da transição, para “o regresso à ordem constitucional“.

Desde o início, Déby Itno contou com o apoio da comunidade internacional, liderada pela França, pela União Europeia e pela União Africana, uma vez que o exército chadiano é um dos pilares da guerra contra os grupos extremistas na região do Sahel, a par das tropas francesas da missão Barkhane.