Num período em que muitos fabricantes de automóveis sentem dificuldades em vender todas as unidades que conseguem produzir, acumulando stocks à espera de clientes, na Lamborghini, construtor italiano de veículos desportivos integrado no Grupo Volkswagen, a conversa é outra. Apesar de a marca de Sant’Agata Bolognese imprimir o máximo ritmo à sua linha de produção, não consegue dar resposta à carteira de clientes à espera dos seus modelos. Satisfazer todas as encomendas referentes ao SUV Urus e ao Huracán, o coupé menos potente, equipado “apenas” com um motor V10, é algo que não vai acontecer antes de Julho de 2024, ou seja, dentro de um ano. E a situação relativa ao sucessor do Aventador, o Revuelto, é ainda mais madrasta para os clientes, uma vez que quem o encomendar agora só receberá o superdesportivo dos seus sonhos em meados de 2025.

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A Lamborghini registou mais um recorde de vendas no primeiro semestre de 2023, transaccionando 5341 unidades, em linha com o objectivo que aponta para ultrapassar os 10.000 veículos vendidos no corrente ano. E o mais impressionante é que esta meta foi atingida num momento em que a gama da marca transalpina estava desfalcada, contando apenas com o contributo do SUV Urus e do coupé Huracán, uma vez que terminou a produção do Aventador, o coupé mais exuberante e potente, e o seu substituto, o Revuelto, só começou a ser produzido em Julho, prevendo-se que as primeiras unidades comecem a chegar aos clientes no último trimestre do ano. E a disputa do Campeonato do Mundo de Resistência (WEC) com o SC63 Hybrid, a partir de 2024, potencialmente ampliará o alcance do construtor junto dos amantes da competição.

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O volume de vendas na primeira metade do ano, que cresceu 4,9% face ao período homólogo de 2022, permitiu que a Lamborghini facturasse 1,4 mil milhões de euros, um salto positivo de 6,7% em relação ao ano anterior, com o lucro operacional a aumentar 7,2%, para 456 milhões de euros, apesar de lhe faltar o seu modelo mais reputado e caro, o Aventador. Isto levou a que o director financeiro da marca, Paolo Poma, salientasse “a tendência positiva que reforça as expectativas de fechar 2023 com novo recorde e métricas ainda mais positivas, colocando a Lamborghini entre os construtores líderes do segmento de luxo”.

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O mercado onde a marca mais vendeu foi o dos Estados Unidos da América, tendo aí comercializado 1625 unidades. Seguiu-se o Reino Unido (514), muito próximo da Alemanha (511), e depois China (450, incluindo Hong Kong e Macau), Japão (280) e Itália (270). A análise por regiões aponta a Europa, Médio Oriente e África (EMEA) como a mais sedenta de modelos da Lamborghini, com a entrada em circulação de 2285 veículos novos de Janeiro a Junho, seguida pela América (1857) e Ásia-Pacífico (1199).