O Chega requereu esta terça-feira a audição parlamentar da ministra da Defesa Nacional sobre a situação do secretário-geral daquele ministério, que continua em funções depois de ter sido constituído arguido em agosto.

De acordo com o requerimento endereçado ao presidente da Comissão de Defesa Nacional, o partido pede a audição de Helena Carreiras no parlamento com caráter de urgência.

Secretário-geral do Ministério da Defesa foi constituído arguido em agosto, mas mantém-se em funções

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O Chega cita a notícia avançada pelo jornal Expresso, que dá conta de que o secretário-geral do Ministério da Defesa Nacional, João Ribeiro, continua a exercer funções depois de ter sido constituído arguido no início de agosto para ser investigado num processo autónomo ao “Tempestade Perfeita”.

No requerimento divulgado esta terça-feira, os deputados do Chega referem que o secretário-geral “é suspeito de ter manipulado o sistema informático para efetivar um pagamento antecipado a uma empresa também visada no processo “Tempestade Perfeita”, que contribuiu para a derrapagem nas obras do ex-Hospital Militar de Belém” e que “mentiu para os autos no primeiro depoimento como testemunha”.

Perante a gravidade destes factos, não conseguimos entender como foi possível a sra. ministra da Defesa manter a confiança neste alto responsável do seu ministério, apesar da gravidade das suspeitas que o constituíram arguido”, defende o partido.

Os deputados do Chega dizem também não compreender “como foi possível” a ministra da Defesa Nacional “manter a confiança no seu anterior secretário de Estado, Marco Capitão Ferreira, apesar de todos os indícios de irregularidades que já o começavam a cercar muito antes de ser constituído arguido”, e também “não ter tido a perceção deste enorme polvo, esta teia de corrupção, instalada há tanto tempo no Ministério da Defesa, e que envolvia algumas pessoas com as quais privava há já tantos anos, como o afirmou recentemente no parlamento”.

De acordo com o Expresso, João Ribeiro é suspeito dos crimes de abuso de poder e de falsidade informática.

Numa resposta àquele jornal, o gabinete da ministra da Defesa indica que “foi informado da constituição de arguido do secretário-geral do ministério, mas não da natureza dos factos que levaram a essa circunstância” e que “não foi transmitida qualquer decisão cautelar de inibição do exercício de funções, pelo que se mantém no seu desempenho”.