O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro no debate da moção de censura apresentada pelo Chega. O diploma que vai definir o modelo e a percentagem de venda do capital da TAP vai ser aprovado na próxima semana pelo Governo. E a venda poderá ser total.

“Como reconhece a Comissão Europeia, estamos a implementar o plano de reestruturação com sucesso e posso confirmar que, na próxima semana, aprovaremos o diploma que estabelece o enquadramento da privatização da TAP, defendendo a companhia e os interesses de Portugal e dos portugueses”, anunciou António Costa no parlamento.

Mais tarde, em resposta a Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, António Costa não abriu o jogo sobre a percentagem de venda, mas adiantou que “não vamos vender a um qualquer privado, venderemos parte ou a totalidade do capital tendo em conta os interesses da companhia, de Portugal e dos portugueses”. Já em janeiro o primeiro-ministro tinha admitido vender a totalidade da companhia.

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A aprovação do diploma em Conselho de Ministros segue-se ao processo de avaliação independente da companhia, que arrancou em julho. A Parpública, empresa do Estado que gere participações sociais, contratou a auditora Ernst & Young (EY) e o Banco Finantia, banco de investimento português, para promover duas avaliações independentes à companhia, cujas versões preliminares terão sido entregues ao Governo na semana passada, segundo avançaram o Jornal de Negócios e o Eco.

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São estas avaliações que vão permitir ao Governo definir o modelo e a percentagem que pretende colocar no mercado, sendo que o Estado poderá manter uma posição minoritária na companhia.

Antes no debate, Costa tinha ressalvado que “em 2022 a TAP não só não deu prejuízo, como apresentou lucros” e que “este ano, já foram transportados 7,6 milhões de passageiros no primeiro semestre, atingindo já o valor de 96% dos passageiros transportados no período pré pandemia.

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Entre os interessados na compra da companhia estão a IAG, que detém a Iberia, a Air France-KLM e a alemã Lufthansa. O Estado detém 100% do capital da TAP depois da ajuda pública de 3,2 mil milhões de euros atribuída à companhia aérea na sequência da pandemia.

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