Um apresentador de rádio e DJ foi morto a tiro nas Filipinas quando gravava um programa em direto no seu estúdio, a partir de casa. O ataque foi testemunhado pelas pessoas que acompanhavam a emissão, que estava a ser transmitida com vídeo através do Facebook.

O caso aconteceu na cidade de Calamba, província de Misamis, quando Juan Jumalon, também conhecido como DJ Johnny Walker, fazia a emissão habitual.

A polícia revelou que o atirador entrou na casa do apresentador, também conhecido como DJ Johnny Walker, ao fingir ser um ouvinte da rádio. Segundo a BBC, que cita os meios de comunicação locais, o suspeito pediu permissão para entrar na cabine de rádio onde decorria a emissão para anunciar “algo importante em direto”. De seguida disparou duas vezes sobre o jornalista.

Antes de fugir, o atacante roubou a corrente de ouro que o apresentador de rádio usava, escapando do local com um companheiro que aguardava no exterior com uma mota.

O vídeo do ataque mostra o momento dos disparos, mas não o rosto do atirador, que se manteve atrás da câmara. As autoridades estão a tentar identificar o atacante, verificando as câmaras de segurança instaladas na residência de Jumalon e na vizinhança, e estabelecer se foi um crime relacionado com o trabalho enquanto jornalista.

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O Presidente das Filipinas já reagiu ao caso, ordenando às autoridades que conduzam uma investigação rápida para levar os perpetradores à justiça. “Os ataques a jornalistas não serão tolerados na nossa democracia. Aqueles que ameaçarem a liberdade de imprensa vão enfrentar as consequências totais das suas ações“, sublinhou Ferdinand Marcos Jr. numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).

A União Nacional de Jornalistas das Filipinas (NUJP, na sigla em inglês) também condenou o crime. “O ataque é ainda mais condenável por ter acontecido na casa do próprio Jumalon, onde tinha montada a estação de rádio”, sublinharam num comunicado.

Na mesma declaração, a NUJP disse que Jumalon é o 199.º jornalista a ser morto no país desde 1986, altura em que a democracia foi restaurada depois de uma revolta que afastou o pai do atual Presidente. É também o 4.º desde que Ferdinand Marcos Jr. assumiu a presidência, em junho de 2022.

Como lembra a Reuters, as Filipinas são um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas, particularmente as zonas das províncias. De acordo com o Índice Global de Impunidade de 2023, publicado esta semana pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas, as Filipinas surgem em 8.º no ranking de países quanto ao número de julgamentos por assassinatos de jornalistas.