Ativistas pró-Palestina, pertencentes ao Coletivo pela Libertação da Palestina, pintaram de vermelho, na madrugada desta quarta-feira, a loja da Zara na rua Santa Catarina, no Porto. O motivo? A campanha de publicitária da marca de roupa espanhola que parece mostrar a recriação de um cenário de guerra.

Numa nota publicada na conta do Instagram, o Coletivo assumiu que foi um protesto contra a campanha publicitária da marca, em que “modelos posam no meio de destruição urbana, segurando manequins embrulhados em lençóis brancos, uma cena demasiado próxima da realidade em Gaza neste momento”.

Para as ativistas, esta campanha não é um “acidente isolado”, sendo antes resultado de “anos de declarações sionistas” que “atentam contra a justiça e a autodeterminação do povo palestiniano por parte da Zara e da Inditex”, grupo a que pertence aquela marca de roupa.

Zara pede desculpa por “mal-entendido” causado por nova campanha, acusada de recriar cenário de guerra em Gaza

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O coletivo alega também que a Inditex oferece “apoio eleitoral” à extrema-direita israelita, mais concretamente ao partido Otzma Yehudit (Frente Judaica, em português), a que pertence o atual ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.

Na mesma nota nas redes sociais, as ativistas exigem que a Zara e o grupo Inditex “cancelem todas as relações comerciais” com Israel ou com “empresas israelitas”: “Exigimos boicote, desinvestimento e sanções a todas organizações cúmplices com a ocupação”.

Após a controvérsia da campanha publicitária, a Zara lamentou não só o “mal-entendido”, como também o facto de alguns clientes se tenham sentido “ofendidos” com as imagens. A marca galega, fundada em 1975 na Corunha, explicou que a ação de marketing tinha como objetivo recriar a “alfaiataria masculina dos séculos passados”.

“Apresenta uma série de imagens de esculturas inacabadas no estúdio de um escultor e foi criada com o único objetivo de mostrar peças de vestuário feitas à mão num contexto artístico”, defendeu a Zara. No entanto, o Coletivo pela Libertação pela Palestina não acredita nesta justificação, nem vários utilizadores nas redes sociais que lançaram a hashtag #BoycottZara.