O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, rejeitou esta quarta-feira de novo a realização de um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, mas disponibilizou-se para chegar a “um ponto de encontro” com os partidos catalães independentistas.

Sánchez reagia, numa conferência de imprensa em Madrid, ao discurso de Natal proferido na terça-feira pelo presidente do governo autonómico da Catalunha, o independentista Pere Aragonés.

Na mensagem, Aragonés salientou que 2024 deverá ser o ano que marque o início da “segunda fase do processo de negociação com o Estado” para que a Catalunha realize um referendo sobre a independência.

“Conhecemos as propostas do movimento independentista. Não há nada de novo”, reagiu Sánchez.

O líder do governo defendeu a necessidade de se “abrir uma nova fase diálogo e de normalização da situação política na Catalunha”.

A nova fase “passa por medidas legislativas, como a lei da amnistia, e também por encontrar um ponto de encontro entre essas propostas maximalistas do movimento independentista”, afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

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Sánchez fecha acordo com ERC para a amnistia de independentistas catalães

O Congresso dos Deputados está atualmente a processar uma proposta socialista de lei de amnistia para os crimes cometidos pelos soberanistas catalães durante o processo de independência ilegal de 2017.

Tal como fez na semana passada quando se reuniu com Aragonés em Barcelona, Sánchez insistiu esta quarta-feira na recusa do referendo de autodeterminação.

Disse que tal referendo “logicamente não é partilhado nem aceite pelo governo de Espanha nem pelas forças que apoiam o governo de coligação” de esquerda, formado pelo PSOE, que lidera, e Somar.

O chefe do Executivo voltou a propor ao governo autónomo catalão e às restantes regiões espanholas uma reforma do sistema de financiamento.

“Vamos falar com a Catalunha e com todas as comunidades autónomas”, prometeu, sem comentar a proposta de Aragonés de que a Catalunha deve ter um modelo de financiamento único para acabar com o défice fiscal.