O governo turco reiterou esta terça-feira que não permitirá que os draga-minas cedidos pelo Reino Unido à Ucrânia atravessem o Bósforo, em aplicação da Convenção de Montreux que impede a passagem de navios de guerra numa situação de conflito.

“Os nossos aliados foram devidamente notificados de que, enquanto prosseguir a guerra, os draga-minas doados à Ucrânia pelo Reino Unido estão impedidos de passar pelos Estreitos [de Dardanelos e do Bósforo] no mar Negro”, assinala um comunicado emitido esta terça-feira pela presidência turca.

O texto desmente os “rumores surgidos em diversos media” sobre uma autorização para esta passagem.

O comunicado recorda que a Turquia “classificou imediatamente de ‘guerra’ a operação militar especial da Rússia contra a Ucrânia” e por esse motivo, de acordo com o estipulado na Convenção de Montreux, “encerrou os Estreitos aos navios de guerra das partes em guerra”, Rússia e Ucrânia.

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O artigo 19º da Convenção, assinada em 1936, proíbe que navios militares de países em guerra atravessem os Dardanelos e o Bósforo caso a Turquia não esteja envolvida no conflito, como atualmente sucede.

“A Turquia, que aplicou a Convenção de Montreux de forma fiel e imparcial desde 1936, mantém a sua firme determinação e a sua posição de princípios durante toda a guerra para evitar uma escalada da tensão no mar Negro”, conclui o comunicado oficial turco.

Os dois draga-minas fornecidos pelo Reino Unido à Ucrânia pertencem à classe Sandown, e as suas relativamente pequenas dimensões (52 metros de comprimento, 10,5 metros de altura e 2,3 metros de calado) permitem a sua navegação pelo canal Reno-Meno-Danúbio a sua chegada ao mar Negro através do Danúbio, mas a sua altura impede-os e passar pelas pontes desta via aquática.