O PCP alertou esta quinta-feira que os problemas da população “estão cada vez mais graves”, com aumentos dos preços “em todas áreas”, tendo o Governo respondido que a sua política tem dado resultados e que não se deve “arrepiar caminho”.

Na abertura de uma interpelação ao Governo agendada pelo PCP sobre “a degradação do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, o agravamento das desigualdades e a injusta distribuição da riqueza”, o deputado comunista Bruno Dias rejeitou a ideia de que “a inflação está a baixar”.

O que é isso da inflação a baixar? O pão ficou mais barato? Ou o leite? A renda da casa baixou, ou a conta da luz? As pessoas já podem aquecer a casa sem medo da fatura? Não! O que o novo ano trouxe, mais uma vez, foram novos aumentos de preços”, afirmou, num debate em que marcaram presença os ministros da Presidência, da Economia, do Trabalho e dos Assuntos Parlamentares.

Bruno Dias referiu que o aumento dos preços está a acontecer em “todas as áreas”, como nos alimentos, gás natural, eletricidade, telecomunicações ou portagens, mas destacou em particular a situação na habitação, que se tornou “ainda mais insuportável”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O deputado do PCP considerou que a valorização geral dos salários, seja no setor público como privado, e das pensões, “é a grande medida que se impõe”, mas considerou que é também necessário implementar “medidas concretas para reduzir as despesas das pessoas”.

Travar o aumento das rendas, fixar e controlar os preços dos bens alimentares e diminuir o IVA das telecomunicações, do gás e eletricidade”, enumerou.

Bruno Dias defendeu que estas medidas são agora “ainda mais urgentes”, tendo em conta que “os problemas são cada vez mais graves” e salientou que a atual situação “não tem de continuar” e que as “coisas podem mudar se o povo quiser”. A “correlação de forças (no parlamento) precisa de mudar e mudar a favor dos que mais precisam. (…) Cá estaremos, com a força que as pessoas quiserem ter”, disse.

Na resposta, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, fez um balanço do trabalho do Governo desde 2015, defendendo que o executivo tem percorrido “caminhos duros, com uma pandemia inesperada, com guerras na Europa e no mundo”, mas nunca “baixou os braços” e focou-se “nas pessoas reais, do dia-a-dia”.

A governante defendeu que o caminho seguido pelo Governo “tem tido resultados”, apresentando estatísticas segundo as quais o executivo conseguiu “retirar da situação do risco de pobreza e exclusão cerca de 640 mil pessoas” e “220 mil crianças” desde 2015.