Depois da inesperada explosão do verão, com Neymar, Rúben Neves ou Mané a juntarem-se a Cristiano Ronaldo, o futebol da Arábia Saudita tem sofrido alguns tropeções nas últimas semanas. Henderson estará arrependido e quer voltar à Europa, Benzema também parece desconfortável e já foi associado à Premier League e Roberto Firmino pode seguir o mesmo caminho. Pelo meio, a própria seleção saudita está com problemas.

Três jogadores da Arábia Saudita, que no último Mundial do Qatar chegou a vencer a Argentina na primeira jornada mas não superou a fase de grupos, recusaram-se a representar o país. Salman Al-Faraj (Al Hilal), Sultan Al-Ghannam (Al Nassr) e Nawaf Al-Aqidi (Al Nassr) abdicaram da seleção, sendo que o último estava mesmo convocado para a Taça Asiática onde os sauditas se estreiam esta terça-feira contra o Omã. Assim, o selecionador Roberto Mancini excluiu os dois primeiros das considerações e substituiu o último na lista de 26 elementos que levou para a competição.

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“Foram eles que decidiram não jogar com a seleção, não fui eu. O Al-Faraj disse-me que não queria jogar encontros particulares e o Al-Ghannam disse-me que não estava contente ao jogar pela seleção. E o Al-Aqidi comentou com o treinador de guarda-redes que não queria ficar se não fosse titular”, explicou o treinador italiano, que assumiu o cargo no final de agosto do ano passado.

A Arábia Saudita está no Grupo F da Taça Asiática que está a decorrer no Qatar, em conjunto com Omã, Tailândia e Quirguistão. Os sauditas já conquistaram a competição em três ocasiões (1984, 1988 e 1996) e perderam outras três finais (1992, 2000 e 2007). A história recente, porém, tem sido mais sofrível: a seleção não passou da fase de grupos em 2011 e 2015 e foi até aos oitavos de final na última edição, em 2019, caindo contra o Japão.

Na mesma conferência em que confirmou que os três jogadores não estavam disponíveis para serem convocados, Roberto Mancini mostrou-se algo surpreendido com o caso — e principalmente com os motivos dos atletas. “O Al-Ghannam e o Al-Aqidi pediram mesmo para jogar como titulares, mas o treinador sou eu e as decisões são minhas. Perguntámos aos três, duas ou três vezes, se queriam continuar a jogar pela seleção nacional. A resposta foi um não. Não sei como é que um jovem jogador rejeita a seleção porque não tem um lugar de início garantido”, acrescentou o italiano, garantindo que só quer “incluir jogadores que queiram representar o seu país”.