O Nobias European Studios, grupo de criação de conteúdos, incluindo de produção de vídeos, propôs um investimento de 10 milhões de euros no Global Media Group (GMG) para ficar com 51% da empresa, segundo um comunicado.

De acordo com a mesma fonte, o presidente do Conselho de Administração do grupo Nobias, Ricardo da Silva Oliveira, manifestou, através de uma carta enviada em 11 de janeiro ao seu homólogo da Global Media, o “interesse para contribuir para uma solução que garanta a sobrevivência integral” do grupo de comunicação social, “viabilizando a continuidade das suas marcas, e assegurando a maioria dos seus postos de trabalho”.

Nessa carta, Ricardo da Silva Oliveira justifica a proposta dadas “notícias publicadas nos media portugueses” sobre a situação do Grupo Global Media, nomeadamente sobre “a intenção de a atual administração avançar com um despedimento coletivo de mais de duzentas pessoas, e de um possível desmembramento do grupo ou do desaparecimento de marcas muito relevantes no panorama mediático nacional”.

A proposta passa pela “injeção de capital na empresa através de um valor” a rondar os 10 milhões de euros, com base “na informação não oficial disponível” que permita “ficar com uma posição de 51% no grupo, e respetivo controlo, incluindo todas as subsidiárias, afiliadas, marcas registadas, arquivos, licenças e outros ativos”, destacou.

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A empresa disse ainda que, se for necessário, injetará mais dois milhões de euros “sob forma de aumento de capital” no GMG.

Segundo o comunicado, a verba “ficaria disponível em caixa, para responder a necessidades imediatas da empresa, e para assegurar a sua continuidade”, podendo ainda “colocar em marcha a implementação de uma nova visão, de um novo modelo de negócio e de gestão, com vista à modernização da empresa”.

Ainda assim, o investidor disse que na manifestação de interesse deu a conhecer que antes de assumir este compromisso, “teria de fazer uma ‘due diligence’ [análise] aprofundada ao nível legal, financeiro e de gestão”.

Segundo a nota, “em termos gerais, os acionistas ficaram a saber que como exigências seria necessário aceitar a diluição da sua participação” para menos de 50%, “que abdicariam dos suprimentos ou quaisquer dívidas que a empresa tenha para com eles, e que o Conselho de Administração será renomeado de forma a incluir uma nova maioria”.

“Demos ainda a conhecer que a Nobias European Studios S.A. fornecerá as garantias habituais para assegurar a integridade editorial contínua das propriedades e títulos dos meios de comunicação social do Global Media Group sob a liderança editorial existente ou qualquer outra que venha a existir”, disseram.

A empresa revelou ainda que este não é um interesse recente, pois “já há dois anos esteve em conversações”, mas entendeu “ser este o momento de avançar”.

“Que fique claro que vimos para salvar o grupo e evitar o seu desmembramento, lutar para que não fiquem publicações para trás, mas sobretudo proteger o capital humano do grupo, assegurando a manutenção dos respetivos postos de trabalho”, garantiram.

O GMG, que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF e O Jogo, tem passado por dificuldades financeiras, e não pagou os salários de dezembro a uma parte significativa dos trabalhadores, que realizaram uma greve, no dia 10 de janeiro.