A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recebeu “respostas de vários acionistas” do grupo Global Media sobre a cadeia de imputação das participações sociais que controlam o grupo. Fonte oficial do regulador esclarece que a documentação remetida ainda está a ser analisada, para além de estar a decorrer o prazo legal para os vários visados neste processo administrativo “remeterem ao regulador as respetivas pronúncias”.

Em causa estão as respostas dos acionistas da empresa de media ao procedimento aberto pela ERC ao abrigo da lei da transparência dos media depois de considerar insuficientes as informações prestadas sobre os beneficiários últimos do fundo que adquiriu a maioria do capital da empresa que controla a Global Media. Essas informações apontavam uma sociedade gestora, a UCAP Bahamas, e para o responsável desta sociedade sem identificar quem eram os detentores de unidades de participação do World Opportunity Fund (WOF), que passou a ter 51% da sociedade Páginas Civilizadas que, por sua vez, é a maior acionista da Global Media. O único rosto conhecido em Portugal deste acionista é o de José Paulo Fafe, presidente da comissão executiva da Global Media.

A empresa dona de vários títulos de imprensa e da rádio TSF interrompeu o pagamento salários aos seus trabalhadores em dezembro, tendo regularizado em janeiro uma parte dos valores referentes a algumas empresas do grupo, excluindo para já o Jornal de Notícias e Diário de Notícias. Vários trabalhadores do grupo suspenderam os contratos de trabalho.

O procedimento da ERC pode resultar num congelamento dos direitos de voto do acionista WOF, caso o regulador continue a achar insuficientes os esclarecimentos agora prestados. E poderia ajudar a resolver o imbróglio acionista e jurídico, no qual os restantes acionistas contestam a atuação do fundo que acusam de incumprimento. Para além de Marco Galinha, que foi o vendedor da participação ao Fundo, são ainda acionistas Kevin Ho e José Pedro Soeiro.

Há notícias de uma assembleia geral para destituir o atual presidente da comissão executiva que é o único membro que se encontra em funções depois da demissão de outros administradores executivos.

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