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Quatro membros do grupo Greenpeace escalaram esta quarta-feira a fachada de vidro do museu espanhol Rainha Sofia, em Madrid, e penduraram uma faixa com o retrato de uma criança palestiniana a chorar, num apelo a um cessar-fogo “permanente e incondicional” na Faixa de Gaza.

A faixa foi criada pelo artista norte-americano Shepard Fairey e tem por base uma fotografia captada a 8 de novembro do ano passado pelo fotojornalista palestiniano Belal Khaled. Mostra uma criança, com um rasto de sangue a escorrer do rosto, sob o qual se sobrepõe um sinal de “silenciar”. Por baixo, a frase: “Conseguem ouvir-nos?”

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“Apelamos à entrada massiva e contínua de ajuda humanitária em Gaza. Apelamos a libertação de todas as pessoas detidas ilegalmente e arbitrariamente. Apelamos uma paz justa e duradoura, que respeite o direito internacional”, enumerou um dos participantes da ação num vídeo captado quando estava pendurado na fachada do museu.

O museu anunciou entretanto que chegou a acordo com a Greenpeace para a retirada da faixa, que o grupo ambientalista quer doar ao Rainha Sofia. “A intenção com esta ação é doar uma obra de arte ao museu“, confirmou na manhã desta terça-feira o diretor Manuel Segade ao jornal espanhol ABC.

Segade lembrou que está em causa “uma questão de programação num museu público, sem ter passado por qualquer filtro”. “Explicámos-lhes que há, obviamente, canais muito, muito claros para doar uma peça a um museu público e que, neste caso, passam por um comité de aquisições e por algumas análises que são feitas antecipadamente sobre a obra que é enviada”, acrescentou.

Em declarações ao ABC, a diretora das campanhas do Greenpeace disse que a ação faz parte de uma iniciativa chamada “Unmute Gaza”, em que vários artistas adaptam imagens captadas por fotojornalistas palestinianos que retratam diariamente o conflito. Sagrario Monedero disse que o grupo escolheu o Museu Rainha Sofia porque “é mundialmente famoso por albergar as obras mais icónicas contra o horror das guerras, como a Guernica de Picasso.”