O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, disse, esta quarta-feira, que se a economia dos EUA “evoluir, em termos gerais, como se espera, provavelmente será apropriado começar a reduzir a moderação da política durante este ano”.

Em conferência de imprensa dada depois da reunião do comité de política monetária da Fed, Powell disse que “a taxa [de juro] provavelmente deve estar no seu ponto máximo para este ciclo de ajustamento”.

As declarações de Powell foram feitas minutos depois de a Fed ter anunciado a manutenção da sua taxa de juro de referência e que não espera reduzi-la até que este esteja segura de que a inflação esteja a evoluir, de maneira sustentável, para a meta de dois por cento.

O comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês) da Fed decidiu manter a sua taxa de juro de referência no intervalo entre 5,25% e 5,50%. “As perspetivas económicas são incertas seguimos com muita atenção os riscos de inflação”, disse Powell, que detalhou que a Fed vai continuar a decidir “reunião após reunião”.

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“Temos seis meses de bons dados sobre a inflação, pelo que a pergunta é saber se seis meses de bons dados de inflação nos estão a enviar um sinal verdadeiro de que, de facto, estamos em um caminho sustentável para um crescimento de preços de dois por cento. Esta é a pergunta e a resposta virá com mais informação”, realçou.

A Fed está “consciente” de que “reduzir as taxas de juro rapidamente ou muito poderia dar lugar a uma reversão do progresso”, declarou.

A Fed deixou, esta quarta-feira, a sua principal taxa de juro inalterada entre 5,25 e 5,50%, uma decisão tomada por unanimidade pelos 12 membros votantes.

O comité de política monetária da Reserva Federal (Fed) precisou que “não prevê que seja apropriado cortar as taxas até estar mais confiante quanto a uma descida sustentada da inflação para 2%”, o nível pretendido, de acordo com o comunicado publicado após a reunião de política monetária de dois dias.

A principal taxa de juro da Fed está desde julho entre 5,25 e 5,50%, o nível mais alto desde 2001, após 11 subidas entre março de 2022 e julho de 2023 para travar a inflação. A decisão de a manter nesta reunião já era esperada.

No final da reunião de dezembro, o banco central tinha indicado que previa várias descidas das taxas ao longo deste ano, mas sem precisar o início desse movimento.

O índice de inflação PCE, que é o mais seguido pelo banco central norte-americano, indicou que a inflação subjacente (que exclui os preços dos alimentos e da energia), está em 2,9%, em termos homólogos, o ponto mais baixo em quase três anos.