Rui Tavares está disponível para se adaptar à agenda de Luís Montenegro para que ambos encontrem a data, hora e local do frente a frente televisivo. “Se o sim de Montenegro não é um sim, então o não de Montenegro se calhar também não é um não em relação a outros temas em que ele diz que não é não”, afirmou esta quinta-feira o porta-voz do Livre em reação à intenção do líder do PSD em fazer substituir-se por Nuno Melo nos debates televisivos contra o Livre e o PCP.

O deputado único não tem dúvidas que a mudança de planos de Montenegro “mina a credibilidade do candidato a primeiro-ministro” e mostra que a sua palavra está em causa, inclusive quando nega “coligações com o Chega”. E entende que o argumento da coligação — para dar espaço de fala a Nuno Melo nos debates — não é válido. E lança uma provocação: “Porque é que não vem então Gonçalo da Câmara Pereira [líder do PPM], andam a escondê-lo!? É uma cobardia em duplo sentido, teria todo o prazer em debater com Gonçalo da Câmara Pereira.”

“Do meu lado, o Livre cumpre os seus compromissos, se não o fizéssemos teríamos a cortesia de avisar o outro partido se não pudéssemos”, aponta Rui Tavares ao PSD e vai mais longe ao disponibilizar-se para “mudar a hora, o dia e o local” do debate. Isto porque, explica, “aparentemente Montenegro diz que não tem agenda e a minha agenda é flexível, não falharei a um debate com alguém que quer ser primeiro-ministro”.

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O porta-voz do Livre deixa ainda um aviso ao candidato ao primeiro-ministro: “Se quer ser primeiro-ministro tem de habituar-se a cumprir com compromissos e tratar todos os partidos por igual. Se chegar a primeiro-ministro e tiver debates quinzenais como é que vai fazer, não responde?”

Para Rui Tavares este “foi um tiro no pé de Luís Montenegro, porque dá um sinal que as pessoas interpretam como de cobardia, também dá um sinal que, depois do debate que teve com Mariana Mortágua, em que perdeu esse debate, não quer fazer debates com partido de esquerda porque teve essa má experiência”.

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