Depois de meses em que as contas da liderança da Premier League não podiam ser feitas com certezas, já que o Manchester City tinha constantemente jogos em atraso, o calendário acertava era possível ter uma noção mais fidedigna do estado da corrida pela conquista do título. Esta terça-feira, dia de Liga dos Campeões para outros, era dia de receção ao Brentford para os citizens — e dia de possibilidade de saltar para o segundo lugar isolado.

Feitas as contas, a equipa de Pep Guardiola sabia que em caso de vitória ultrapassava o Arsenal, ficando com mais um ponto do que os gunners, e ficava também a um ponto da liderança do Liverpool. Tudo porque, no fim de semana, o City não foi além de um empate em casa com o Chelsea — perdendo desde logo a hipótese de ficar no primeiro lugar isolado e absoluto no cenário de conquista dos três pontos contra o Brentford.

Ainda assim, e mesmo com a escorregadela perante os londrinos, Guardiola garantia que percebia a exigência dos adeptos numa temporada em que a superioridade interna não tem estado tão vincada. “Sei os padrões que estabelecemos com tudo aquilo que conquistámos no passado. Entendo. E aquilo que vejo deixa-me mais do que satisfeito. Dou crédito ao Chelsea, mas acho que fomos bem mais do que decentes. Conheço os nossos padrões e as pessoas exigem os padrões do passado. Se vamos ganhar a Premier League? Não sei, mas estamos na corrida e vamos continuar a estar”, explicou o treinador espanhol na antevisão da partida contra o Brentford.

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Assim, Guardiola lançava Phil Foden, Julián Álvarez e Oscar Bobb no apoio a Haaland, com Bernardo Silva e Rúben Dias a serem também titulares e De Bruyne e Matheus Nunes a começarem no banco. Do outro lado, num Brentford que está cinco pontos acima da zona de despromoção e que vinha de uma goleada sofrida contra o Liverpool, Thomas Frank apostava em Yoane Wissa e Ivan Toney no ataque, contando ainda com os experientes Reguilón e Ben Mee no onze inicial.

Numa primeira parte que terminou sem golos, a primeira grande oportunidade surgiu já à passagem da meia-hora e por intermédio de Bernardo Silva, que cabeceou ao lado depois de uma assistência de Kyle Walker (33′). Rúben Dias também ficou perto de marcar logo depois, com um cabeceamento que o guarda-redes Flekken defendeu na sequência de um cruzamento de Rodri (35′), e Oscar Bobb viu Ben Mee roubar-lhe o golo praticamente em cima da linha (36′). Rúben Dias ainda teve outra ocasião para marcar, com um pontapé de muito longe que Flekken também defendeu (42′), e o jogo foi mesmo empatado para o intervalo.

Nenhum dos treinadores fez alterações no início da segunda parte e a lógica manteve-se: o City tinha mais bola e permitia pouco ao Brentford, mas limitava-se a circundar a área adversária e demonstrava uma ausência de critério pouco habitual na hora de definir o último passe, o último toque, o último remate. Guardiola mexeu à passagem da hora de jogo, trocando Oscar Bobb por Jérémy Doku, e Thomas Frank respondeu com a entrada de Neal Maupay para o lugar de Wissa.

A 20 minutos do fim, apareceu o inevitável: transição letal do Manchester City, com Álvarez a soltar Haaland e o norueguês a beneficiar de uma escorregadela de um adversário para ficar isolado e abrir o marcador ainda de fora de área e só com Flekken pela frente (71′). O Brentford reagiu de imediato, com um pontapé de Toney que passou por cima da trave (73′), e Thomas Frank voltou a mexer para lançar Mathias Jensen e Keane Lewis-Potter.

Haaland ainda voltou a marcar, de cabeça e depois de uma grande assistência de Kyle Walker, mas o lance foi anulado por fora de jogo do inglês (80′) e já pouco aconteceu até ao fim. Num jogo em que esteve claramente desinspirado e bem abaixo do registo normal, o Manchester City conseguiu vencer o Brentford pela margem mínima e graças a um golo do crónico avançado norueguês, que parece só precisar de uma oportunidade para fazer a diferença. Citizens estão agora no segundo lugar da Premier League com mais um ponto do que o Arsenal e a um ponto da liderança do Liverpool.