A Rússia saudou, esta quarta-feira, o Papa como defensor do humanismo e da paz, num contexto de tensões entre Kiev e o Vaticano, depois de Francisco ter apelado à Ucrânia para “levantar a bandeira branca”.

O Papa é “um dos poucos líderes políticos com uma visão verdadeiramente estratégica dos problemas mundiais”, escreveu a embaixada russa junto da Santa Sé numa mensagem alusiva ao 11.º aniversário do pontificado de Francisco.

A embaixada russa descreveu Francisco como “um verdadeiro e sincero defensor do humanismo, da paz e dos valores tradicionais”, segundo a agência francesa AFP. O Papa argentino, de 87 anos, foi eleito em 13 de março de 2013.

A mensagem surge três dias depois de Francisco ter apelado a Kiev para que levantasse a bandeira branca e negociasse com Moscovo para acabar com a guerra iniciada pela Rússia em 2022.

As declarações do chefe da Igreja Católica, numa entrevista à televisão pública suíça divulgada no sábado, provocaram tensões diplomáticas entre Roma e a Ucrânia.

Kiev acusou o Papa de “legalizar os direitos dos mais fortes” e de encorajar a Rússia a “continuar a ignorar o direito internacional”.

A diplomacia ucraniana convocou mesmo o representante do Vaticano para o informar de que a Ucrânia estava desiludida com as afirmações de Francisco.

O Vaticano tentou corrigir a situação, insistindo que a expressão “bandeira branca” significava uma cessação das hostilidades, e não uma rendição.

O Papa rezou de manhã, no final da audiência geral semanal, no Vaticano, para se ultrapassar a “loucura da guerra, que é sempre uma derrota”, mas sem mencionar o nome da Ucrânia ou da Rússia.

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