A circulação ferroviária na Linha de Cascais continua condicionada e sem prazo para ser normalizada, duas semanas depois do incêndio na subestação lisboeta do Cais do Sodré, disse esta sexta-feira à agência Lusa fonte da Infraestrutura de Portugal (IP).

Devido a um incêndio ocorrido em 19 de março na subestação elétrica do Cais do Sodré, causado por uma manobra de cablagem no âmbito de obras no Metropolitano de Lisboa, a circulação ferroviária esteve suspensa entre as 8h e as 18h40 entre as estações do Cais do Sodré (Lisboa) e de Algés (Oeiras).

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Desde essa data, a circulação de comboios na Linha de Cascais mantém-se condicionada, com oferta mais reduzida e paragens em todas as estações, segundo confirmou à Lusa fonte da CP — Comboios de Portugal. A mesma fonte adiantou que neste momento circulam seis comboios durante a hora de ponta e três por hora fora deste período.

Numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da IP indicou que ainda não existe uma previsão para o inicio de uma intervenção que permita normalizar a circulação na Linha de Cascais.

As causas do incêndio, segundo explicou a mesma fonte, “não estão relacionadas com as obras de modernização da Linha de Cascais, que se encontram em curso, nem prejudicam o normal decurso destes trabalhos, que decorrem nesta fase entre os concelhos de Oeiras e Cascais”. “A avaliação preliminar realizada apurou que durante os trabalhos no âmbito da empreitada de construção dos troços entre a futura estação [do Metropolitano de] Santos e o término da estação Cais do Sodré (linha Circular) ocorreu um curto-circuito proveniente de uma manobra de cablagem, que subsequentemente causou a deflagração de incêndio na Subestação de Tração do Cais do Sodré, que foi prontamente extinto com meios próprios”, refere a IP.

Ainda segundo a mesma fonte, “o Metropolitano de Lisboa já decidiu a abertura de inquérito para averiguação do incidente e das suas causas”. No dia do incidente, numa nota divulgada na rede social Facebook, o Regimento Sapadores de Bombeiros de Lisboa revelou ter recebido um alerta às 8h08 para “muito fumo na subestação do Cais do Sodré, com corte imediato das linhas entre o Cais do Sodré e Alcântara”, tendo o incêndio sido dado como extinto às 8h53.

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Cerca de 500 pessoas tiveram de ser retiradas pelos operacionais de dois comboios, um no sentido Lisboa-Algés e outro no sentido Algés-Lisboa. Segundo os Sapadores, foram ainda retirados cerca de 30 passageiros de um comboio que teve de parar em frente à antiga FIL, no sentido Algés-Lisboa.