O Presidente da República elogiou este domingo a adesão dos portugueses ao voto antecipado nas eleições para o Parlamento Europeu, uma solução que, considerou, facilita muito a vida dos portugueses.

“É uma resposta muito boa dos portugueses este voto antecipado. Aumentou o número em 20%, vamos ver se aparecem mesmo, mas o dia está bom por todo o território nacional, mesmo nas regiões autónomas, o que significa que não há razão para não comparecerem. Isto facilita a vida a muitos portugueses”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de ter exercido o voto antecipado em Celorico de Basto, no distrito de Braga.

Falando aos jornalistas, à saída do centro escolar da vila, o chefe do Estado sublinhou que, no seu caso, o voto antecipado se deveu ao facto de ter de estar nas comemorações do 10 de Junho. “No meu caso, como tenho de estar no 10 de junho, que começa no dia 8, portanto, no dia 9, era impossível estar a vir lá de baixo aqui acima votar”, anotou, observado que, para “muitos portugueses, que têm a sua vida pessoal, profissional, é uma maneira de ficarem com o dever cumprido”.

“É uma grande vantagem contra a abstenção”, prosseguiu, recordando que recentemente, nas eleições legislativas, baixou significativamente a abstenção.

“Estamos todos muito entusiasmados, porque nas eleições legislativas a abstenção caiu a pique, o que ninguém esperava, muito devido aos jovens. Mas, em geral, houve de facto uma percentagem a que não se assistia há décadas na democracia“, assentou aos jornalistas.

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Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que “daqui a uma semana [dia das eleições para o Parlamento Europeu] seja possível baixar, em relação a 2019, a taxa de abstenção”. Para o Presidente da República, “tudo o que seja criar estímulos e incentivos para que as pessoas votem, este é um, o voto antecipado”.

Comentando a campanha eleitoral que esta a decorrer, considerou que tem proporcionado mais debates e maior participação mediática, estando a ser “a mais completa em temas”. “Não houve praticamente nenhum tema mundial, europeu e até nacional relacionável com as eleições para o Parlamento Europeu que não tenha sido tratado de uma forma ou de outra”, concluiu.

Marcelo considera que é “muito positivo” que PJ investigue caso das gémeas luso-brasileiras

Ainda em declarações aos jornalistas, desta vez sobre a restante atualidade nacional, o Presidente da República considerou que o facto de o caso das gémeas luso-brasileiras que receberam o medicamento Zolgensma, no Hospital Santa Maria, ter passado para as mãos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ) é “natural” e “muito positivo”.

“Há no plano de investigação do Ministério Público, desde novembro, um processo contra desconhecidos. Logo na altura disse que tudo o que seja feito para apurar em matéria judicial o que se passou, como se passou e se há responsabilidades, é muito positivo”, começou por dizer. “A utilização da PJ é natural porque tem uma capacidade especializada para apoiar o Ministério Público. Acho muito bem”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, que salientou que a “Presidência da República disponibilizou logo nos primeiros momentos, até antes de saber que havia certa tramitação do MP, a documentação disponível”.

Quanto à contratação por parte do Governo de uma consultora privada, a IQVIA Solutions, para ajudar a elaborar o Plano de Emergência da Saúde, o chefe de Estado recusou comentar: “É um dos temas da campanha eleitoral, naturalmente provoca controvérsia entre os vários participantes, mas eu não posso comentar.”

Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ investiga caso das gémeas que foram tratadas com Zolgensma no Santa Maria