A Ucrânia vai instaurar cortes parciais de corrente elétrica durante quarta-feira e por todo o país para aliviar uma rede elétrica fortemente danificada pelos bombardeamentos russos, anunciou esta terça-feira o operador nacional Ukrenergo.

“Em 19 de junho todas as empresas regionais de distribuição de eletricidade vão efetuar cortes de corrente para as indústrias e nas habitações”, indicou o operador estatal, precisando que estas medidas se vão prolongar por 24 horas.

Neste momento, este género de medidas só era aplicável em alturas de picos de consumo.

Na segunda-feira, as autoridades ucranianas já tinham alertado sobre um agravamento dos cortes de energia até finais do mês de julho, após consecutivos ataques russos a infraestruturas energéticas.

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Moscovo desencadeou uma campanha de bombardeamentos nos últimos meses, dirigidos aos principais centros de produção e distribuição de eletricidade ucranianos e que, segundo o Presidente Volodymyr Zelensky, destruíram metade da capacidade energética do país.

“No decurso das próximas semanas, a situação será muito mais difícil face à atual”, preveniu Volodymyr Kudrytskyi, o diretor do operador Ukrenergo.

Segundo o fornecedor de energia, os trabalhos de manutenção das centrais nucleares, o mau tempo e a insuficiente importação de eletricidade vão intensificar a escassez já existente, prevendo-se um corte até 12 horas por dia.

Kudrytskyi precisou que esta situação “vai prosseguir até ao final do mês de julho”.

As autoridades ucranianas foram forçadas a apelar aos vizinhos europeus para importar eletricidade, de forma a colmatar os défices da rede danificada.

A segurança energética e a restauração da rede elétrica ucraniana constituem um dos 10 pontos do plano de paz de Zelensky, discutido no passado fim de semana na Cimeira para a Paz na Ucrânia que decorreu na Suíça, para a qual a Rússia não foi convidada.

No inverno 2022-2023, e na sequência da primeira campanha de ataques russos dirigidos especificamente a instalações energéticas, milhões de ucranianos ficaram privados de corrente elétrica e aquecimento.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).