O Comando Distrital da PSP de Leiria vai ter uma equipa de prevenção e reação imediata, anunciou esta terça-feira o comandante, que alertou para a crescente agressão a polícias, nos 150 anos da instituição.

“Estamos na fase de criação de uma equipa de intervenção rápida de prevenção e reação imediata (EPRI) que, deslocando-se em dois motociclos, permitem uma maior mobilidade e celeridade nas situações mais distantes e mais exigentes, com mais-valia de possuir um elevado impacto na visibilidade policial”, afirmou o comandante Domingos Urbano Antunes.

Segundo o superintendente, a “razão da criação desta equipa também se prende com a limitação do parque automóvel, que apresenta uma média de idades de 16 anos”, apesar de, “com enorme esforço e boa gestão logística”, apenas se registar “uma taxa de inoperacionalidade de 10%”.

Esta equipa ajudará a minimizar a falta de uma equipa de intervenção rápida, impossível de constituir por falta de recursos humanos. “Damos nota de que a existência de apenas duas equipas de intervenção rápida, incapazes de cobrir as 24 horas, fragilizam a atuação policial e põe em causa a própria segurança dos polícias”, alertou.

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Isto, porque, explicou, os agentes “não dispõem de forças de reserva para apoiar em caso de maior oposição por parte dos visados”.

“Esta é uma necessidade há muito manifestada, mas ,por ausência de recursos disponíveis, não é possível constituir as três em falta”, destacou.

Domingos Urbano Antunes alertou para a “limitação de recursos humanos policiais”, o que obriga, “não raras vezes” a imporem-se “medidas gestionários de mobilização entre subunidades e limitação do gozo de folgas e até de férias”.

“Tudo isto gera um inegável desgaste no efetivo que, aliado ao facto de a média de idades dos agentes deste comando ser de 50 anos e, 49 na geral, e de parte do efetivo estar a acumular funções, agudiza naturalmente esta situação”, reforçou o comandante.

Ao longo do primeiro semestre deste ano, o Comando de Leiria tem registado “maior resistência às intervenções policiais, numa clara degradação da relação entre cidadão e autoridade”, de que já resultaram “oito polícias feridos com alguma violência”.

Para Domingos Urbano Antunes, “torna-se urgente que estes comportamentos de agressão aos polícias sejam repudiados e julgados com a maior urgência, independentemente da moldura penal vigente”.

O comandante reclama, por isso, “mais equipamentos de autoproteção, concretamente coletes balísticos e bastões extensíveis, para que se inverta esta lamentável tendência de baixas em serviço decorrentes destas agressões”.

Outro constrangimento que dificulta a ação policial do Comando de Leiria, que foi criado no dia 17 de junho de 1874, “resulta da grande dispersão territorial entre as subunidades que distam 123 quilómetros entre as mais distantes, ou seja, entre Peniche e Pombal”.

Face à ausência de meios policiais que “possam acorrer com oportunidade”, a PSP solicita “com frequência a prestimosa colaboração da GNR”.

Durante a cerimónia desta terça-feira para assinalar os 150 anos da PSP de Leiria, foram assinados dois protocolos com o Politécnico de Leiria, para ser realizado o programa “Universidade Segura”, e com a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, para a realização de obras nas instalações do comando distrital, em Leiria.

O diretor nacional da PSP, superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho, reafirmou “o compromisso de priorizar o bem-estar de todos os polícias”, procurando “garantir sempre melhores condições socioprofissionais e financeiras”, mas também “assegurar o equipamento adequado, uma formação de qualidade e a criação de um ambiente de trabalho, onde cada membro da PSP se sinta valorizado, respeitado e apoiado”.