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A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, e o candidato presidencial Edmundo González Urrutia publicaram esta segunda-feira uma carta em que declaram González Presidente eleito da Venezuela.

A carta, dirigida aos “venezuelanos, militares e funcionários policiais” começa por descrever a “vitória esmagadora” da sua candidatura presidencial. Continua, reconhecendo o apoio internacional à sua declaração de vitória e a mobilização civil tanto para o voto como para o registo das atas, que dizem conter os verdadeiros resultados.

Para além de uma proclamação de González como Presidente, a carta é um “apelo à consciência” dos militares e polícias. A oposição pede que impeçam o que qualificam de “golpe de Estado” do Presidente Nicolás Maduro para se manter no poder.

A oposição denuncia a “repressão” sucessiva dos protestos pacíficos contra o anúncio pelas autoridades da vitória de Maduro e a “brutal ofensiva” de grupos à margem do regime, que “batem, torturam e assassinam”, com a conivência dos “altos comandos” das autoridades do Estado.

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Apelamos à consciência dos militares e da polícia para que se coloquem ao lado do povo e das suas próprias famílias. Com esta violação maciça dos direitos humanos, o alto comando está a alinhar-se com [Nicolás] Maduro e os seus vis interesses”, explica o documento.

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“Vocês também estão representados por esse povo que foi votar, pelos vossos colegas das Forças Armadas Nacionais, pelas vossas famílias e amigos, cuja vontade foi expressa em 28 de julho”, adiantam.

A oposição diz ainda que os militares e polícias “podem e devem pôr termo a estas ações imediatamente”, bem como “à violência do regime contra o povo e a respeitar e fazer respeitar os resultados das eleições”.

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Ao povo venezuelano, deixam igualmente um pedido: que pressionem os seus familiares e conhecidos que fazem parte das Forças Armadas e “reconheçam a Soberania Popular”.

“Nós ganhamos esta eleição sem discussão alguma. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe-nos a todos fazer respeitar a voz do povo”, rematam as duas caras da oposição.

Contrariando a proclamação do Conselho Nacional Eleitoral, que confirmou Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela — sob protestos da oposição, dos venezuelanos e da comunidade internacional — Edmundo González assina a carta como “Presidente Eleito da Venezuela”.