Há mais de uma semana, a 11 de agosto, um homem em situação de sem-abrigo matou um morador do Bairro da Horta Nova, em Carnide. Espetou-lhe uma faca no peito e fugiu, deixando a arma do crime no corpo da vítima. E há mais de uma semana que a Polícia Judiciária procura este suspeito, que usa habitualmente uma máscara cirúrgica para tapar a cara. Agora, a investigação acredita estar mais perto de localizar o suspeito. Sem adiantar muitos detalhes sobre a investigação, fonte da PJ adiantou ao Observador que poderá ser “uma questão de dias ou horas” até que o suspeito, que dormia nesta freguesia de Lisboa, seja encontrado.
Apesar de várias notícias sobre o caso e a perigosidade do homem, as autoridades não emitem qualquer conselho para o caso alguém se cruzar com este homem, que terá cerca de 40 anos. Fonte da PJ limita-se a dizer que “as pessoas devem sinalizar o caso [se se cruzarem com ele]”, como deve ser feito noutras situações de perigo, e que, de forma genérica, não deve oferecer-se resistência a uma pessoa que, à partida, se sabe que é ou pode ser perigosa.
O corpo da vítima, de 68 anos, foi encontrado — dentro de um carrinho de mão, com vários golpes e ainda com uma faca cravada no peito — pela PSP, que recebeu uma chamada encaminhada do INEM já ao final da tarde de domingo da semana passada. Um vizinho que passava junto às hortas daquele bairro terá visto, segundo o Jornal de Notícias, um homem a arrastar um corpo e ligou para o 112. Era, aliás, nesta horta que a vítima, reformado, costumava passar grande parte do seu tempo.
[Já saiu o terceiro episódio de “Um Rei na Boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no YouTube. Também pode ouvir aqui o primeiro e o segundo episódio]
Uma vez que se trata do crime de homicídio, o caso passou da PSP para a Polícia Judiciária. Ao Observador, fonte da PSP garantiu que esta polícia acompanhou as diligências iniciais, mas que neste momento não tem qualquer intervenção no processo, incluindo nos esforços de localização do suspeito.
Ossos encontrados no sítio onde suspeito dormia não são ossos humanos
Ao longo da semana passada, várias foram as notícias com detalhes acerca do suspeito. Aliás, também de acordo com o Jornal de Notícias, acreditava-se inicialmente que a vítima era uma pessoa em situação de sem-abrigo, o que não veio a confirmar-se pouco tempo depois.
Já o suspeito, um homem de cerca de 40 anos, dormia habitualmente, segundo o Correio da Manhã, num barracão perto da horta onde aconteceu o crime. E já no final da semana passada foi também divulgado que a Polícia Judiciária encontrou dezenas de ossos no sítio onde o suspeito dormia.
Motivação do crime ainda por apurar
Entretanto, a mesma fonte ligada à investigação esclareceu que não há para já suspeitas de que os ossos encontrados sejam de humanos, colocando de lado qualquer hipótese sobre a existência de outros crimes.
Além de o suspeito estar ainda em fuga, ainda estará por apurar o motivo deste crime de homicídio. Segundo o Jornal de Notícias, os dois homens já se conheciam e, de acordo com os relatos dos vizinhos, a vítima costumava ajudar o homem que é agora procurado pelas autoridades.
