A cinco de maio de 1946, Micheline Bernardini uma dançarina do Casino de Paris posou na piscina de Molitor, em Paris (França), vestida apenas com duas minúsculas peças de roupa. A indumentária reduzida foi registada por Louis Réard com o sugestivo nome de biquíni. O engenheiro francês — que na altura administrava a loja de lingerie da mãe em Paris — deu-lhe esse nome inspirado pelo atol de Bikini no oceano Pacífico, onde os Estados Unidos tinham acabado de começar os testes com a bomba de hidrogénio.

Louis Réard escolheu o nome Bikini porque calculou que aqueles quatro triângulos feitos de apenas 194 centímetros quadrados de tecido iriam ser uma “bomba atómica” nas praias (e nos costumes) um pouco por todo o mundo. O engenheiro antecipou-se ao designer de moda Jacques Haim, um francês que também estava a trabalhar num desenho semelhante, mas com uma pequena grande diferença: o modelo de Réard era mais reduzido e deixava o umbigo claramente à mostra. Mas o nome escolhido por Heim ia no mesmo sentido: chamava-se “Atome” (átomo, em francês), mas a diferença de dimensões entre os dois deu origem a uma piada popular. Na época, dizia-se que o “biquíni” tinha dividido o “átomo”.

O escândalo que provocava a quase nudez feminina fez com que as vendas dos primeiros biquínis fossem fracas. As duas peças só começaram a ganhar popularidade quando atrizes como Brigitte Bardot, Julie Newmar, Marilyn Monroe ou Jayne Mansfield se renderam ao biquíni e começaram a posar de umbigo à mostra. E quando Ursula Andress saiu da água envergando um biquíni branco no filme da saga 007, Dr. No, a fama do biquíni explodiu para nunca mais abandonar os corpos femininos, apesar dos fenómenos de moda pontuais. Como a que trouxe a fato de banho completo de volta graças a um célebre exemplar vermelho usado por Pamela Anderson na série Marés Vivas.

Mas a conquista do direito das mulheres a usarem fatos de banhos cada vez mais reduzidos continua a ser celebrada. Hoje em dia, cada um vai para a praia como quer, seja de tanga ou biquíni e os tempos em que a roupa usada na praia tinha obedecer a regras rígidas já lá vão.

O lançamento do biquíni faz 70 anos, mas as duas peças não ganham rugas: veja na fotogaleria acima alguns dos modelos mais icónicos da história.

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