Foram confirmados, na semana passada, os primeiros casos de zika transmitido por mosquitos na Florida. Já havia registos do vírus no Estado norte-americano, mas até então tinham sido todos transmitidos sexualmente ou foram detetados em pessoas que viajaram até zonas afetadas pelo surto. O surgimento de provas de que o vírus chegou à região levou a que as autoridades tomassem medidas para prevenir um surto local. A Food and Drug Administration (a agência norte-americana que controla os medicamentos) aprovou o lançamento de mosquitos geneticamente modificados na região, conta o The Guardian.

A empresa responsável, a Oxitec, criou versões geneticamente modificadas de machos da espécie Aedes aegypti, a que chamou OX513A, que estão programados para não conseguirem gerar descendência, já que os insetos que nascerem destes mosquitos deverão nascer mortos. A ideia é que as fêmeas (as que picam) se cruzem com o OX513A, a versão criada pela empresa, diminuindo a população de mosquitos.

A FDA aprovou que os insetos sejam libertados numa pequena ilha da Florida, Key Haven, no entanto ainda é preciso que os residentes de Monroe County votem a decisão. A votação é uma mera formalidade, já que não há qualquer obrigação legal de respeitar a vontade dos moradores, mas os membros do conselho de controlo de mosquitos de Florida Keys já manifestaram que irão obedecer à vontade do povo.

Caso seja aprovado, serão libertados entre 20 a 100 mosquitos geneticamente modificados por habitante.

Esta espécie modificada vai ser também libertada para uma fase de ensaio no Brasil, Panamá e nas Ilhas Caimão. A empresa planeia também chegar à Índia e ao Sri Lanka.

Para breve está também o desenvolvimento da espécie Aedes albopictus, um outro tipo de mosquito que também é responsável pela transmissão de doenças como o zika e o dengue.

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