O futebol é um desporto coletivo, não só quando se joga, mas também quando se assiste. Por isso, se espalham ecrãs gigantes pelas cidades e nos cafés há horas em que só se admite futebol. Apesar de coletivo, também é competitivo e é preferível estar num local onde todos (ou quase) apoiem a mesma equipa. Para o ajudar a descobrir qual o melhor local onde assistir aos jogos do Mundial de Futebol 2014, dois alunos da Universidade de Lisboa (UL) desenvolveram a aplicação “Onde há bola”.

Alojada no portal Sapo Labs, a aplicação criada por Denís Graña e José Sebio, no âmbito do mestrado em Engenharia Informática, da Faculdade de Ciências da UL, tem como objetivo “indicar os locais onde se pode assistir aos jogos deste acontecimento mundial, bem como o número de pessoas que estão a apoiar cada uma das equipas, em cada um desses locais”, lê-se em comunicado de imprensa.

Os dois alunos espanhóis, em Portugal ao abrigo do programa Erasmus (mobilidade interuniversitária), escolheram criar esta aplicação em parte pela necessidade que ambos tinham em encontrar um local onde pudessem assistir aos jogos da seleção espanhola, disse ao Observador Francisco Couto, professor no Departamento de Informática e coordenador da disciplina do mestrado, Aplicações na Web. Esta disciplina pretende incentivar a capacidade de criatividade e inovação dos alunos na “aplicação de novas abordagens tecnológicas na resolução de problemas reais que possam ter impacto na sociedade”, lê-se no comunicado.

Onde ha bola_PE VII Esta aplicação utilizou a localização de cafés disponibilizada pelos sites FourSquare e Google Places, mas já acrescentou algumas localizações mediante pedido, esclareceu Francisco Couto. O apoio dos fãs também é importante. Cada pessoa pode escolher onde irá ver o jogo e indicar que equipa vai apoiar nesse local. Esta tarde, pela hora do almoço, o Parque Eduardo VII, onde está localizado um ecrã gigante, contava com oito apoiantes de Portugal e ainda nenhum da Alemanha.

Criada por alunos do primeiro ano do mestrado, a aplicação pode ser desenvolvida como tese de mestrado durante o segundo ano e incluir mais informações sobre os cafés onde é possível ver o jogo, como o tipo de ecrã presente, ou permitir que sejam os próprios cafés a colocar informação.

Francisco Couto deu ainda outro exemplo – o aluno de mestrado Carlos Barata que no ano passado criou uma aplicação Mundo em Pessoa – para detetar as citações de Fernando Pessoa nas redes sociais (temporariamente inativa) -, está a desenvolver a aplicação Lusica – para recolha automática, também nas redes sociais, de citações de músicas de artistas de língua portuguesa.

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