Tecnologias obsoletas. Grande deterioração do parque informático. Lentidão dos sistemas informáticos e falta de planos para o caso de falência ou paragem. Problemas permanentes e repetidas falhas que podem levar a perda de dados. Pior: sistemas dispersos com “impacto ao nível da eficiência da prestação de cuidados“, incluindo uma “maior carga de trabalho”, “desgaste dos profissionais” e “desumanização dos cuidados“, bem como “na gestão dos doentes e dos serviços”.
É este o diagnóstico cru — e muito pouco habitual — que o Governo faz às dificuldades de natureza digital com que o Serviço Nacional de Saúde se depara. A informação consta de um dos ficheiros que o executivo entregou à Comissão Europeia, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — e que só foram tornados públicos depois de ter sido noticiado pelo Expresso que os portugueses não conheciam todos os documentos da negociação com Bruxelas. A versão que foi apresentada em Portugal não inclui estas descrições, apenas refere – em termos muito mais brandos – a necessidade de fazer melhorias.
Apesar de sinalizar o “avanço significativo” feito na última década nestas matérias, o Governo não explica nem dá grandes exemplos do que correu bem. Pelo contrário, o diagnóstico centra-se em tudo o que vai mal e que justificará, na opinião do executivo, um investimento europeu de 300 milhões de euros para a “Transição Digital da Saúde”, que é detalhado neste documento.
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